sexta-feira, 18 de março de 2011
 

Estante - 117


ANÁLISE editorial. Análise gestão ambiental: anuário 2010/2011. São Paulo: Análise, 2011, 250p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO. Relatório de sustentabilidade da indústria brasileira do alumínio 2010.
São Paulo: Abal, 2011. 60p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 26000: diretrizes sobre responsabilidade social. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. 110p.

ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE DE CIANORTE. Gerenciamento de óleos lubrificantes usados ou contaminados. Paraná: Apromac, 2010. 60p.

BASTOS, Daniele Cardoso de Cerqueira. Emissões de gases de efeito estufa da bovinocultura nacional e medidas de mitigação. 2010. 50f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão Ambiental)
– Escola Politécnica da UFRJ, Instituto Brasil Pnuma, Rio de Janeiro. 2010.

BOLETIM ABNT. São Paulo: ABNT, n.100, dez. 2010.

BOLETIM ABNT. São Paulo: ABNT, n.101, jan. 2011.

FACTO ABIFINA. Rio de Janeiro: Abifina, ano 4, n.27, set./dez. 2010.

GUIMARÃES, Alessandra Capistrano. A sociedade e o EIA/Rima: a questão social atrelada à questão ambiental. 2010.

54f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão Ambiental) – Escola Politécnica da UFRJ, Instituto Brasil Pnuma, Rio de Janeiro. 2010.

INFRA FACILITY PROPERTY. São Paulo: Talen, ano 10, n.121, jan. 2010.

ISO. GHG shemes addressing climate change: how ISO standards help. Switzerland: ISO, nov. 2010. 53p.

OLIVEIRA, Fernanda Hamann de. Cultura orgânica. Rio de Janeiro: Desiderata, 2010.

PICTURES OF NATURE. Sustainable mobility. Munich: Siemens AG, 2010.

POSSOBOM, Rodrigo Zapelini. Uso de sistemas de RADAR nos planos de emergência para vazamento de óleo. 2010. 56f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão Ambiental) – Escola Politécnica da UFRJ, Instituto Brasil Pnuma, Rio de Janeiro. 2010.

SOURCE BULLETIN. Netherlands: IRC, n.59, fev. 2010.

SPARC. Canada: Sparc Office, n.35, jul. 2010.

SÚMULA AMBIENTAL. Rio de Janeiro: Sistema Firjan, n.162, ago. 2010.

SÚMULA AMBIENTAL. Regulamentação da política nacional sobre a mudança do clima. Rio de Janeiro: Sistema Firjan, ano 15, n.167, jan. 2011.

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Agenda - 117


5th. International Marine Debris Conference
De 20 a 25 de março, em Honolulu (EUA).
Realização: National Oceanic and Atmospheric Administration e Pnuma.
Informações em http://marinedebris.noaa.gov/projects/intlmdconf.html.

18th International Congress on Sound & VibrationDe 10 a 14 de julho, no Rio de Janeiro (RJ).
Realização: International Institute of Acoustics and Vibration (IIAV).
Informações em www.icsv18.org.

World Water Day (Dia Mundial da Água)De 20 a 22 de março, na Cidade doCabo (África do Sul).
Realização: Governo da África do Sul.
Informações em www.worldwaterday.org/page/3241.

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Uma cidade em prol da sustentabilidade


Ser uma cidade sustentável e poder ter tudo que está intrinsecamente ligado a essa condição é o sonho de qualquer metrópole hoje em dia. Será uma longa jornada e é claro que teremos que aprender, modificar, adequar, investir, criar, construir para que, o que antes era apenas uma utopia, agora possamos dizer que estamos no caminho certo. Como vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente, posso afirmar que a Prefeitura do Rio tem reunido esforços junto às suas secretarias e parceiros e vem realizando trabalhos incessantes em várias esferas para que suas ações se permeiem em toda cidade e, assim, se tornem exemplo para outros municípios do Estado e do Brasil. Para difundir o princípio da cidade sustentável entre diversos setores da sociedade, a Secretaria de Meio Ambiente concluiu seu plano estratégico, que tem como princípio básico a inserção da sustentabilidade no planejamento e na execução das políticas públicas para a Cidade do Rio de Janeiro.

Uma dessas ações é a Lei de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, aprovada pela Câmara Municipal e sancionada em janeiro pelo prefeito Eduardo Paes, e a instalação do Fórum Carioca de Mudanças Climáticas, que são exemplos de resultados positivos com relação à orientação e tomadas de ações quanto às políticas públicas para a sustentabilidade em nosso município. Seguindo essa diretriz, muito me orgulho pelo fato do Rio de Janeiro ter sido a primeira cidade da América Latina a fazer o Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), e hoje continua pioneira por atualizar seu inventário, que estabelece as diretrizes a serem adotadas para a mitigação das emissões e diagnosticar a sustentabilidade das políticas municipais, além de servir de análise das questões relacionadas à intensificação do efeito estufa causado pelas atividades potencialmente poluidoras na cidade. A partir do diagnóstico efetu-ado pelo inventário, podemos destacar, entre as ações de sustentabilidade, a Gestão de Resíduos Sólidos, a Mobilidade Urbana e o Reflorestamento.

Um ponto que sempre foi discutido pelas autoridades e que há muito a população tem aguardado uma solução é situação dos aterros. Agora, posso afirmar que neste ano o descarte dos resíduos gerados na Cidade do Rio será transferido do Aterro Sanitário de Gramacho para o novo Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica, o que representa a inclusão da sustentabilidade em nos-sa política pública. O centro terá também unidades de tratamento de resíduos sólidos para geração de energia. O início de sua operação será uma das principais medidas que permitirão o cumprimento da meta da prefeitura na redução de 8% dos GEE até 2012.

Não tenho medido esforços no que tange à implantação de projetos de cunho ambiental, mas que ao mesmo tempo proporcione um trabalho digno e com geração de renda às classes mais desfavorecidas. Ao longo desses dois anos de gestão, já houve várias articulações com os mais diversos setores envolvidos na ampliação da coleta seletiva na cidade. Com a parceria e os recursos do BNDES, haverá construção de galpões devidamente equipados para segregação e triagem dos resíduos sólidos domiciliares. Uma área no Centro já foi escolhida para implantação do 1o galpão. Esse projeto, estimado em R$ 50 milhões, prevê a inclusão social de cerca de 1.300 catadores até 2012; além de permitir o aumento de 1% para 5% da coleta seletiva dos materiais recicláveis (31.000 toneladas/ano). E todas estas ações fazem parte do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município do RJ, que será finalizado até março deste ano.

Atualmente, a cidade do Rio tem a maior malha cicloviária do País, a segunda da América Latina, e, até 2012, duplicará sua extensão para 300 km. E eu não poderia deixar de citar a questão dos transportes que incorporam o conceito de mobilidade urbana sustentável, e um bom exemplo disso é o nos-so programa estratégico Rio Capital da Bicicleta, que já está com suas obras a pleno vapor para implantação da Ciclovia Integradora da Zona Oeste, com quase 50 km de extensão, implantação de
1.000 bicicletários, além de ciclo faixas e pistas compartilhadas em bairros da Zona Sul, Tijuca e Jacarepaguá, abrangendo quase todo o município. Hoje, a SMAC é a responsável pelo licenciamento dos projetos concernentes ao setor viário e analisa suas implicações ambientais. Desse modo, temos nos envolvido diretamente na elaboração da nova malha rodoviária da cidade, na análise de soluções propostas pelo viés da sustentabilidade em conjunto com as secretarias de Transporte e Obras. Como exemplo, posso citar nossa proposta na introdução de ciclovias na TransCarioca e TransOeste, alimentando estações de passageiros e estabelecendo medidas mitigadoras quanto ao controle de emissões e adoção de combustíveis mais sustentáveis.
Outro ganho para o município foi o licenciamento ambiental ter passado a ser feito pela SMAC. Hoje, os processos já estão sendo informatizados e, para incentivar o empreendedor, publiquei instrumento normativo e, desta maneira, temos dado prioridade na análise e emissão de licenças para empresas que usam matéria prima originária de reciclagem, consolidando a sustentabilidade como política.

O Rio pode se gabar por ser uma das cidades mais reflorestadas do país, quiçá do mundo! Para que esta condição seja mantida, a secretaria tem no Mutirão Reflorestamento seu maior aliado. Este programa tem reconhecimento nacional e internacional, e, há mais de 20 anos, refloresta as encostas dos morros com espécies da Mata Atlântica, cuja meta até 2012 é plantar mais de 1.500 hectares de florestas com cerca de 500 mil mudas. Uma dos pontos importantes do Rio Capital Verde é a compensação ambiental, e, em 2010, foi regulamentada a lei que concede incentivos fiscais com a utilização de pelo menos 50% da isenção na mitigação de emissões de GEE, como os projetos de reflorestamento.

Portanto, não medirei esforços para que nossa cidade não seja chamada de maravilhosa apenas nos cartões postais, mas sim em cada rincão desta metrópole que nunca perdeu o charme nem a pro-sa. O verso fica por conta de cada cidadão que jamais deixará de amar esse belo cenário natural, cujo legado ambiental lutaremos sempre para manter e deixar para as gerações futuras.

Carlos Alberto Muniz é vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro

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As abelhas sob bombardeio: Relatório mostra múltiplos fatores por trás das perdas de polinizadores


De produtos químicos a poluição do ar, o novo relatório do PNUMA aponta para múltiplos fatores por trás das perdas de polinizadores

Genebra/Nairóbi – Mais de uma dúzia de fatores, variando da diminuição na plantação de flores e do uso de inseticidas prejudiciais para a poluição do ar, podem estar por trás do declínio emergente de colônias de abelhas em várias partes do mundo. Os cientistas alertam que sem mudanças profundas na maneira como os seres humanos gerenciam o planeta Terra, a diminuição de polinizadores necessários para alimentar a crescente população provavelmente continuará. Novos tipos de fungos patogênicos – que podem ser fatais para as abelhas e outros insetos polinizadores – estão sendo detectados a nível mundial, migrando de uma região para outra como resultado das transferências ligadas a globalização e o rápido crescimento do comércio internacional. Além disso, uma estimativa de 20.000 espécies de flores, na qual muitas espécies de abelhas dependem para se alimentar, poderiam ser perdidas durante as próximas décadas ao menos que os esforços de conservação sejam intensificados. O crescente uso de produtos químicos na agricultura, incluindo os “inseticidas sistêmicos” e aqueles usados para revestir sementes estão sendo vistos como prejudiciais ou tóxicos para as abelhas. Alguns podem, em conjunto, ser ainda mais potente para os polinizadores, um fenômeno conhecido como “efeito de coquetel”. As mudanças climáticas podem agravar a situação de várias formas, como a alteração dos tempos de floração de plantas e mudanças nos padrões de precipitação. Isso pode, por sua vez, afetar a qualidade e a quantidade do fornecimento de néctar.

Estas são algumas conclusões do novo relatório publicado pelo PNUMA, que reuniu e analisou os dados científicos mais recentes sobre o colapso nas colônias de abelhas. O estudo, intitulado de “Transtornos Globais nas Colônias de Abelhas e outras Ameaças a Insetos Polinizadores” salienta que múltiplos fatores estão relacionados com o modo como os seres humanos estão mudando rapidamente as condições e as regras básicas que suportam a vida na Terra. Isso mostra a forte dependência dos humanos nos serviços ambientais, mesmo em serviços vitais como a produção de alimentos. O estudo indica que as abelhas são os primeiros indicadores de alerta dos impactos mais amplos sobre a vida animal e vegetal e que medidas para impulsionar os polinizadores poderiam não só melhorar a segurança alimentar, mas o destino de muitos animais e plantas economicamente e ambientalmente importantes. Os autores do relatório chamam a atenção para serem oferecidos incentivos aos agricultores e proprietários de terras para restaurarem os habitats dos polinizadores, incluindo plantações de flores ao lado de plantações de alimentos. Entretanto, precisa-se tomar cuidado na escolha, no calendário e na aplicação de inseticidas e outros produtos químicos.

Achim Steiner, subsecretário geral da ONU e diretor executivo do PNUMA, disse: “A forma como a humanidade administra ou administra não corretamente seus ativos baseados na natureza, incluindo os polinizadores, irão em parte definir o nosso futuro coletivo no século XXI. O fato é de que das 100 espécies que provêm 90% da comida do planeta, mais de 70% são polinizadas por abelhas”. “O ser humano têm a ilusão de que no século XXI eles teriam a capacidade tecnológica de serem independente da natureza. As abelhas nos mostram que somos mais, não menos, dependentes dos serviços da natureza em um mundo de quase sete bilhões de pessoas”.

As Abelhas e a Economia Verde

No próximo ano, as nações de reúnem novamente no Rio de Janeiro, 20 anos após a Eco-92, para aumentar os esforços internacionais para se alcançar o desenvolvimento sustentável, através da aceleração e ampliação da transação para um baixo teor de carbono, um recurso eficiente conhecido como Energia Verde. Parte dessa transição deveria incluir o investimento em serviços baseados na natureza gerados por florestas e recifes de coral. “Rio+20 é uma oportunidade para ir além de definições estreitas de riqueza e para trazer o muitas vezes invisível multi-trilhões de dólares de serviços da natureza, incluindo a polinização de insetos como as abelhas em contas nacionais e globais”, disse Steiner.

“Alguns países, como o Brasil e a Índia, já se envolveram nessa transformação como parte de uma parceria entre o PNUMA e o Banco Mundial. É hora de ampliar e incorporar este trabalho em toda a economia global a fim de inclinar a balança em favor da gestão”, ele adicionou. O novo relatório sobre os transtornos globais nas colônias de abelhas foi liderado pelos pesquisadores Peter Neumann do Centro de Pesquisa da Suíça em Abelhas e Marie-Pierre Chauzat da Agência Francesa para o Meio Ambiente e Segurança e Saúde Ocupacional. Neumann disse: “A transformação das áreas do interior e áreas rurais na metade do século passado provocou um declínio nas colônias de abelhas silvestres e outros polinizadores”. “Esse relatório indica que uma variedade de fatores estão tornando essas colônias extremamente vulneráveis ao declínio e colapso. Nós precisamos nos informar melhor sobre como gerenciar essa “crise”, mas talvez o mais importante seja o melhor gerenciamento das terras a fim de recuperar as colônias de abelhas silvestres”, ele acrescentou.

Destaques do Relatório

Perdas Regionais

A diminuição do gerenciamento de colônias de abelhas data de meados da década de 60 na Europa, e se acelerou desde 1988, especialmente na Bélgica, França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido. Na América do Norte, a perda de colônias de abelhas, desde 2004, deixou o continente com menos números de polinizadores nos últimos 50 anos. Um quarto dos apicultores no Japão enfrentou recentemente perdas súbitas de suas colônias de abelhas.

Fatores múltiplos

- Degradação do habitat, incluindo a perda de espécies de plantas que geram comida para as abelhas, está entre um dos fatores chaves para o declínio de polinizadores selvagens. Um estudo mostrou que desde 1980, houve uma queda de 70% das principais flores silvestres;
- Parasitas e pestes são também um fator. As abelhas também podem estar sofrendo de concorrência das “espécies exóticas”, tais como as abelhas africanizadas nos Estados Unidos.
- A poluição do ar pode estar interferindo na habilidade das abelhas de acharem flores e assim, comida. Perfumes de plantas que podiam viajar por mais de 800 metros em 1800 hoje alcançam menos de 200 metros.
- Herbicidas e pesticidas podem estar diminuindo a disponibilidade de plantas e flores silvestres para comida e para o estágio de larvas de alguns polinizadores. Alguns estudos de laboratórios descobriram que alguns inseticidas e fungicidas, em conjunto, podem ser 1000 vezes mais tóxicos para as abelhas.
- O manejo de colméias também pode estar contribuindo para o problema. Alguns dos tratamentos contra pragas podem ser prejudicial para as abelhas.
- O transporte de abelhas de uma fazenda para outra para fornecer serviços de polinização cada vez mais indisponíveis na natureza pode ser um fator adicional. Nos Estados Unidos, caminhões que transportam até 20 milhões de abelhas são comuns e a cada ano mais de dois milhões de colônias de abelhas viajam pelo continente.As taxas de mortalidade, na seqüência do transporte, podem ser em torno de 10% de uma colônia de abelhas.

O relatório completo sobre os “Transtornos Globais nas Colônias de Abelhas e outras Ameaças a Insetos Polinizadores” pode ser encontrado no seguinte link:
http://www.unep.org/dewa/Portals/67/pdf/Global_Bee_Colony_Disorder_and_Threats_insect_pollinators.pdf

O relatório é parte de uma série do PNUMA – Questões Emergentes, que podem ser encontradas: http://www.unep.org/dewa/EarlyWarning/tabid/4435/Default.aspx


*Tradução livre feita por Flavia Speiski dos Santos, estagiária do Instituto Brasil PNUMA, a partir do site do PNUMA.

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