terça-feira, 31 de agosto de 2010
 

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente


Declaração de Achim Steiner, Sub-Secretário Geral das Nações Unidas e Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) em resposta ao Relatório do Conselho Inter Acadêmico (IAC) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

A UNEP parabeniza a revisão independente do IAC solicitada pelo Secretário Geral das Nações Unidas e o presidente do IPCC. Além de analisarmos as conclusões e recomendações, vamos aguardar como os governos irão responder quando se reunirem na próxima sessão plenária do IPCC na República da Coréia em outubro.

A resposta inicial do PNUMA para este relatório minucioso, realizado pelo principal órgão que representa muitos dos acadêmicos científicos, é a reafirmação, integridade, importância e a validade do trabalho do IPCC, reconhecendo as áreas de melhoria em um campo em rápida evolução.

O IAC não revisou a ciência fundamental das mudanças climáticas, mas foi encarregado de rever os processos, procedimentos e gestão do IPCC para minimizar futuros erros. Como o IAC destacou em seu relatório, algumas revisões recentes, inclusive aquelas realizadas pelo Conselho de Pesquisas dos Estados Unidos – onde já existiam demonstrações de preocupação com os supostos erros do relatório do IPCC lançado em 2007 – concluíram que os resultados chaves permanecem inalterados.

Os cientistas envolvidos na preparação do quarto relatório do IPCC, lançado em 2007, concluíram que há mais de 90% de certeza de que os seres humanos e suas atividades industriais estão contribuindo para as mudanças climáticas. Atualmente, o IAC tem esboçado uma série de recomendações que podem reforçar a administração, gestão, funcionamento e trabalho do IPCC, co-organizada pelo PNUMA e pela Organização Meteorológica Mundial, uma vez que comprometerá a divulgação do quinto relatório do IPCC. Essas recomendações ressaltam que o IPCC continua a ser o principal órgão que realiza avaliações de riscos em um campo tão complexo onde o conhecimento – especialmente no que diz respeito a possíveis impactos regionais – permanece imperfeito e onde novos conhecimentos são constantemente gerados.

A avaliação do IAC também confirma que os principais autores dos três grupos de trabalho do IPCC não estão contraditórios em suas evidências. Mas considera que estão revendo e levando em conta todas as pesquisas disponíveis a fim de fornecer aos tomadores de decisão os melhores conhecimentos científicos disponíveis, opções e oportunidades para ação. No entanto, o IAC concluiu que esse processo também poderá ser simplificado e melhorado a fim de responder ao desafio do crescente número de trabalhos de investigação cientifica e pesquisas referentes as mudanças do clima.

É necessário que o mundo debata onde as mudanças climáticas estão ocorrendo e se o IPCC oferece o melhor material disponível para aprofundar a compreensão do público e dos governos. Sempre existirá alguém que, por uma variedade de razões, prefere rejeitar ou questionar as evidências científicas que vem sendo acumuladas antes e desde o primeiro relatório do IPCC em 1990. Legítimas ou não, essas visões não deveriam e não devem impedir a comunidade internacional de chegar a um decisivo novo acordo que reduzirá as emissões de gases de efeito estufa para níveis “seguros” e fornecerá os mecanismos e apoio de adaptação aos países em desenvolvimento.

O relatório do IAC veio em meio a eventos climáticos extremos, como os incêndios florestais na Rússia e as inundações no Paquistão. Esses são os tipos de fenômenos meteorológicos extremos que de acordo com as previsões do IPCC, serão cada vez mais freqüentes.

A Convenção do Clima das Nações Unidas que ocorrerá em Cancun, no México, será a próxima etapa para testar a determinação de governos de agir com visão e responsabilidade para enfrentar os desafios e as oportunidades de uma transição de uma economia de altas emissões de carbono para baixas emissões, criando assim uma Economia Verde.

Para maiores informações:
Relatório do IAC: http://www.unep.org/pdf/PressReleases/IAC_IPCC_report_pre-publication_copy.pdf


*Tradução livre feita por Flavia Speiski dos Santos, estagiária do Instituto Brasil PNUMA, a partir do site do PNUMA.

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010
 

A Corrida ZERO


A Corrida ZERO – 80 dias ao redor do mundo com energias renováveis- O sonho de Julio Verne de percorrer o mundo em 80 dias se tornou realidade há muitos anos, mas é possível realizar isso em 80 dias com veículos que não emitem gases poluentes? Cinco times de quatro continentes estão assumindo o desafio. No dia 16 de Agosto os times iniciaram a corrida com seus carros elétricos na mais longa e mais verde corrida de todos os tempos: a Corrida ZERO.

O que é a Corrida ZERO?
A Corrida ZERO é um evento mundial de 80 dias realizado por carros totalmente elétricos. A Corrida ZERO é uma iniciativa do suíço Louis Palmer e representa uma continuação natural de seu Projeto Solartaxi, sendo este o primeiro circum-navegação do planeta em um carro movido a energia solar, atraindo a atenção de aproximadamente 770 milhões de pessoas. Na Corrida ZERO, uma variedade de carros elétricos em todo o mundo junta-se a jornada global para ajudar a cumprir a missão.

Quando e Onde

A inauguração da Corrida ZERO em 2010 irá começar e acabar em Genebra, Suíça. A viagem percorrerá o leste Europeu, Rússia, Cazaquistão e América do Norte. Irá visitar cerca de 150 cidades, incluindo Paris, Moscou, Xangai, Vancouver, Los Angeles e Madri.

Missão

A missão da Corrida ZERO é educar, sensibilizar a opinião pública, inspirar e ajudar os governos e a população a agir no sentido de um futuro sustentável:
1) Provar que os carros elétricos rodando com energias renováveis fornecem uma solução ecológica e confiável para a mobilidade e o transporte dos seres humanos;
2) Educação para aumentar a consciência pública mundial sobre a tecnologia de emissão zero e envolver as partes principais do governo;
3) Inspiração para criar novas maneiras de pensar sobre a mobilidade, carros e energias renováveis;
4) Ação para mostrar que existem soluções práticas para proteger o futuro do planeta e seus habitantes.

A Corrida ZERO envolverá muitos eventos públicos, conferências de imprensa e irá divulgar a seguinte mensagem em sua turnê global:
∙ É uma corrida para salvar o mundo; é uma corrida para a tecnologia limpa;
∙É uma corrida para Selar o Acordo em Cancun na Conferência das Mudanças Climáticas da ONU;
∙É uma corrida para o futuro; e o é futuro verde;
∙É uma corrida que sustenta a mudança de vida ecológica, econômica e eficiente: isso é possível!

Fatos da Corrida ZERO

A Corrida ZERO é planejada e administrada de acordo com princípios de desenvolvimento sustentáveis. As políticas sustentáveis da Corrida ZERO são amplas e incluem, por exemplo:
∙Somente veículos 100% elétricos são permitidos para participar do evento;
∙Todos os veículos devem ser movimentados 100% por energias renováveis;
∙A Corrida ZERO é um evento 100% carbono neutro. Todas as emissões inevitáveis de gases do efeito estufa geradas em seu planejamento e execução serão compensadas através da aquisição compensada de uma organização com credibilidade.
∙Todos os participantes são obrigados a aderir um responsável código de conduta para garantir uma responsabilidade social e ambiental.

Para maiores informações acessar:

http://unep.org/sport_env/blog1/

http://www.zero-race.com/

http://unep.org/Sport_env/

http://unep.org/resourceefficiency/


Fonte: http://www.unep.org/sport_env/zero_race.asp


*Tradução livre feita por Flavia Speiski dos Santos, estagiária do Instituto Brasil PNUMA, a partir do site do PNUMA.

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
 

Clima descontrolado até Cancun


Por Julio Godoy

09/08/2010

O clima mundial mostra perturbações graves enquanto que às discussões políticas para adotar um acordo contra o aquecimento global navegam à deriva, alertam especialistas.

Calor inusitado, inundações, secas e furacões cada vez mais freqüentes e intensos. Já escutou esta noticia? Quando se estreitam as opções para negociar um pacto mundial contra o aquecimento global, a ONU insiste em enfatizar a emergência das “condições extremas”. Um olhar sobre o clima global mostra sinais de tais condições. Nos Andes da América do Sul, as tempestades de neves deste inverno foram tão intensas que mataram centenas de pessoas. Mas, ao mesmo tempo, os glaciares peruanos e bolivianos estão derretendo rapidamente.

No Paquistão e outras regiões da Ásia central, prolongadas chuvas torrenciais causaram inundações, provocando muitas mortes. Em toda a Europa e América do Norte, o presente verão apresenta temperaturas elevadíssimas. Na Rússia, por exemplo, as temperaturas atingiram 40° Celsius, junto com uma seca extrema, que provocou no fim de Julho e princípio de Agosto incêndios gigantescos em torno da capital e em mais seis regiões do país, obrigando o governo a decretar estado de emergência. O calor, a seca e o fogo já mataram mais de duas mil pessoas, destruindo milhares de casas e cerca de dez milhões de plantações.

“O teto da casa da humanidade está ardendo”, disse um ativista ambiental que assistiu em Bonn a terceira rodada das negociações preparatórias para a 16° Conferência das Partes (COP-16), que ocorrerá em Novembro e Dezembro no México. Nos corredores do hotel em Bonn, onde ocorreu a reunião entre os dias 2 e 6 de agosto, havia cartazes alertando sobre as conseqüências do aquecimento global. Segundo a NASA, as altas temperaturas registradas entre Março e Junho no planeta fizeram história: foi o período mais quente registrado nos últimos 130 anos. Além das catástrofes, o aquecimento global tem outras conseqüências desastrosas.

Na Europa, governos e empresários temem que as altas temperaturas e secas conduzam a enormes perdas agrícolas. “A colheita de grãos e cereais este ano será reduzida em 10%, o que significa 25 milhões de toneladas”, disse um dos comerciantes de produtos agrícolas mais importantes da Alemanha. Essas perdas representam escassez de alimentos, alta de preços e insegurança alimentar. A nova secretária executiva da COP-16, Christiana Figueres, lembrou uma vez mais aos governos dos países industrializados suas “responsabilidades este ano de dar um passo essencial na batalha contra as mudanças climáticas”.

Na Conferência que ocorrerá em Cancun, os governos deverão aprovar um acordo vinculante que regule a redução de emissões de gases do efeito estufa a partir de 2012, quando expira o primeiro período de obrigações do Protocolo de Kyoto. “Necessitamos estabilizar as emissões antes de 2030, e reduzi-las em 50% antes de 2050 para limitar o aumento médio da temperatura global a 2° C a partir das medições da era pré-industrial”, disse Figueres.

Entretanto, o mundo enfrenta um grande paradoxo: por um lado, necessitará satisfazer a crescente demanda por energia, especialmente nos países em desenvolvimento. Por outro, deverá evitar o aumento das emissões provocadas pela queima de combustível fóssil, como o petróleo. Para gerar energia limpa e criar uma economia de baixa intensidade de carbono, a Secretaria da Convenção Quadro estima que seja necessários investimentos de cerca de 20 bilhões de dólares. Mais da metade destes fundos deveriam favorecer os países em desenvolvimento.

A quantia é relativamente baixa, comparada com o custo da mitigação das mudanças climáticas. “Por um dólar investido para gerar energia limpa nos países em desenvolvimento, o mundo iria poupar cerca de 7 dólares em custos da mitigação”, disse Figueres. A responsabilidade de reduzir os gases causadores do efeito estufa “cai sobre os países industrializados”, disse o representante especial da China em Bonn.

“Nos últimos 200 anos, os países industriais, com seus modos de produção e vida, provocaram uma grande acumulação de dióxido de carbono na atmosfera”, lembrou o representante da China. “A responsabilidade histórica e moral dos países industrializados é muito clara”. Ainda que o representante chinês não tenha mencionado os Estados Unidos, sua mensagem estava dirigida a Washington. Este país possui a maior quantidade de emissões de gases do efeito estufa por habitante, mas o governo se nega a ratificar o Protocolo de Kyoto e o Senado cancelou, no final de Julho, uma iniciativa de lei contra as mudanças climáticas.

O fato dos Estados Unidos não assumirem suas responsabilidades ambientais globais continua bloqueando as negociações até Cancun, a tal ponto que os especialistas e observadores sugeriram suspender-las e buscar canais alternativos. “De repente deveríamos simplesmente aprovar a prolongação do Protocolo de Kyoto para além de 2012”, disse Figueres. Outros, como Jo Leinen, presidente do comitê ambiental do Parlamento Europeu, crêem que a Convenção Quadro da ONU tem demonstrado sua inutilidade nas negociações para combater as mudanças climáticas.

“Se Cancun fracassar, e tudo sugere que vai fracassar, deveríamos considerar uma coalizão de países voluntários, realmente comprometidos com o combate as mudanças climáticas”, disse Leinen. “Essa coalizão deveria representar ao menos 80% das emissões”. Visto que a China encabeça a lista de maiores poluentes, com 23% das emissões globais, seguida dos EUA, (20%) tal coalizão deveria incluir alguma dessas nações. Uma missão que, no momento, parece impossível.


Fonte: http://www.tierramerica.info/nota.php?lang=esp&idnews=3708

*Tradução livre feita por Flavia Speiski dos Santos, estagiária do Instituto Brasil PNUMA, a partir de artigo do site do Escritório Regional do PNUMA para a América Latina.

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Agenda


COP16/CMP6

Local: Cancun, México
Início: 29.11.2010
Término: 10.12.2010

Descrição: O México dá as boas vindas aos delegados das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas e o Protocolo de Kyoto, observadores, oficiais internacionais, representantes da mídia e participantes da sociedade civil.
Como país sede, o México irá realizar uma conferência inclusiva com o objetivo de construir um entendimento entre as Partes para garantir que a COP16/CMP6 obtenha resultados concretos e efetivos para fazer face ao desafio global das mudanças climáticas. O México ira encorajar uma ampla participação na conferência assim como um extensivo diálogo na busca coletiva para as soluções comuns.

Sexta Reunião do Comitê de Revisão dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPRC, em inglês)

Local: Genebra, Suíça
Início: 11.10.2010
Término: 15.10.2010

Descrição: A sexta reunião do Comitê de revisão dos Poluentes Orgânicos Persistentes irá ser realizada entre os dias 11 e 15 de outubro no Centro de Conferências Varembé em Genebra. Os 31 membros da comissão irão se reunir para analisar os produtos químicos propostos para inclusão dos anexos A, B e/ou C da Convenção e discutir outras questões pertinentes.

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