quinta-feira, 25 de julho de 2013
 

Especialistas discutem plano de monitoramento dos manguezais


Seminário na Casa da ONU reuniu comunidade científica, governo e ONGs para tratar do futuro de um dos ecossistemas mais ricos do planeta.

Os manguezais são um dos ecossistemas mais ricos do planeta, tanto em biodiversidade, quanto em produtividade. No Brasil, eles ocupam uma área estimada de 1,3 milhão de hectares de faixa costeira, do Amapá a Santa Catarina, tendo importância fundamental não só na integridade e no equilíbrio ambiental, mas também na economia e na alimentação das populações costeiras.

Este foi o tema do Seminário de discussão do Programa de Monitoramento da Biodiversidade para as Unidades de Conservação Federais com Manguezais, que aconteceu na Casa da ONU em Brasília, no fim de junho (27 e 28). O evento faz parte do Projeto Manguezais do Brasil, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em parceria com o PNUD e financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial. No encontro, reuniram-se especialistas da comunidade científica, de órgãos governamentais e ONGs para avaliar as atividades já realizadas e debater novos desafios dar início para os trabalhos do programa, através da articulação entre estes setores.

O Projeto Manguezais do Brasil surgiu da demanda de aumentar os conhecimentos relacionados a estes ecossistemas – quanto à sua extensão e às condições em que se encontram – bem como de nacionalizar o monitoramento e o manejo das Unidades de Conservação com manguezais. O objetivo central do projeto é contribuir para a conservação e o uso sustentável deste ecossistema e de suas funções e serviços ambientais necessários para o desenvolvimento humano sustentável das comunidades costeiras.

Pioneiro mundial na área, o projeto já desenvolveu trabalhos com impacto direto para as populações que convivem com o manguezal. Um exemplo é a melhoria no transporte do Caranguejo-Aratu, espécie típica deste ecossistema e fonte importante de proteínas para as comunidades. Este caranguejo precisa ser transportado vivo até o local de consumo. Segundo Helton Nonato, consultor do PNUD no projeto, as perdas, que chegavam a quase 50% da carga, hoje se reduziram a 1%.

Além de sistematizar um conhecimento para uso em todos os manguezais do país e do mundo, as ações do projeto incluem também a discussão de políticas públicas e o aumento das atividades de inclusão, trazendo benefícios diretos nos meios de vida de alguns dos segmentos mais pobres da sociedade brasileira.

Recursos Pesqueiros das Reservas Extrativistas

Ainda no âmbito do Projeto Manguezais do Brasil, está em discussão o Plano de Gestão Integrada de Recursos Pesqueiros para as reservas extrativistas (Resex) marinhas. Líderes e gestores das Resex litorâneas do estado do Pará se reuniram para definir as estratégias de implementação do plano, a partir do diagnóstico dos dados da região já publicados. O evento, que também aconteceu no fim de junho, desenvolveu uma sequência de oficinas participativas com os atores locais, conduzidas pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com o objetivo de complementar e aprofundar as informações levantadas em cada reserva.

O Pará é o estado com maior produção oriunda da pesca artesanal marinha no país. Grande parte desta produção acontece dentro das nove Resex marítimas de manguezais do estado. A partir da articulação destas unidades de conservação e das instituições, o objetivo é promover avanços desde o manejo da pesca até a melhoria de qualidade de vida, por meio da implementação de políticas públicas nas três esferas de poder.

Fonte: http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=3740

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