Educação, ciência, tecnologia e inovação: os principais atores na busca pela sustentabilidade
A Rio+20, recentemente realizada no Rio de Janeiro, não foi muito diferente das dezenas de reuniões relacionadas com o desenvolvimento sustentável que marcaram as últimas décadas. Entretanto, chamou a atenção de todos a ênfase dada à necessidade urgente de oferecermos uma nova educação, capaz de formar cidadãos para a sociedade do conhecimento, em que as culturas do empreendedorismo e da educação continuada serão determinantes para a ocupação dos postos de trabalho que vêm sendo oferecidos pelas profissões que surgem em consequência dos avanços da ciência e da técnica, e para o incremento da competitividade das nações, agora fundamentada nos alicerces do conhecimento, da inovação e do empreendedorismo.
Uma vez mais, ciência, tecnologia e inovação foram objetos de muitas discussões, agora num cenário de preocupação com os visíveis efeitos das mudanças climáticas, do prenúncio da falta de alimentos e de água nas próximas décadas.
Dessa forma, vem sendo cada vez mais importante rediscutir o papel da ciência e da tecnologia nas sociedades sustentáveis; reformular as estruturas curriculares na educação básica, no ensino fundamental e no ensino médio; adequar o ensino profissionalizante às novas demandas das empresas; e, no caso da educação superior, oferecer novas modalidades de diplomas e ampliar a articulação entre universidades e empresas, para que estas possam agregar valor aos produtos das empresas, sempre respeitando os paradigmas da sustentabilidade.
Foi com este intuito que a Universidade das Nações Unidas (UNU), sediada em Tóquio, decidiu, ainda em 2011, estimular a criação de duas novas organizações em nosso país: o Instituto de Estudos Avançados do Rio de Janeiro (IAS-Rio) e o Centro Regional de Expertise em Educação para o Desenvolvimento Sustentável (RCE-Rio de Janeiro).
O IAS-Rio, em fase de organização, tem por missão contribuir para o aprofundamento e disseminação de conhecimentos relacionados com a sustentabilidade global, por intermédio de projetos de investigação, de programas de qualificação e de capacitação de pesquisadores, de estudos especiais e de apoio a governos, empresas e associações civis.
Seus objetivos, intrínsecos a um instituto think tank, são a produção autônoma de diagnósticos, cenários, conhecimentos, ideias e proposições de políticas inovadoras relacionadas com os processos de sustentabilidade; a realização de projetos de investigação em temas relacionados com as economias verdes; a capacitação de jovens doutores, com bolsas de pós-doutorado; a orientação de pesquisas para candidatos ao doutorado, sempre em articulação com as universidades em que estão matriculados; e a realização de programas que disseminem a “cultura da sustentabilidade”.
"Esperamos que o IAS-Rio e o RCE-Rio de Janeiro possam contribuir para a construção de uma sociedade sustentável"
Entre suas ações, estão previs- tas a instalação de duas centrais de casos de sucesso. A primeira, relacionada com as boas práticas para o desenvolvimento sustentá- vel e realizadas por empresas e pessoas; e a segunda, relatando soluções encontradas pelas cida- des no tratamento de questões ambientais, na geração de empre- go e renda e na inclusão social.
Pelas suas características, uma vez que está inserido num país em acelerado processo de desenvolvimento e com o com- promisso de promover a inclusão social e uma melhor distribuição de renda, o IAS-Rio procurará aproximar-se de governos e em- presas, oferecendo soluções ino- vadoras, visando à consolidação das sociedades sutentáveis por meio de projetos realizados iso- ladamente ou em parceria.
Nesse contexto, o IAS-Rio fun- cionará como o líder de uma rede que articulará os laboratórios e pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa nacio- nais e estrangeiros, com foco no continente americano e nos Brics. Sua similaridade com o Instituto de Estudos Avançados de Yoko- hama, também vinculado à UNU, foi determinante para a elabora- ção de um projeto com as carac- terísticas mencionadas anterior- mente. O IAS-Rio começou a dar os seus primeiros passos nos início de 2012 e já conta com um apreciável conjunto de projetos de pesquisa em elaboração.
A segunda das organizações propostas pela Universidade das Nações Unidas, o Centro Regional de Expertise em Educação para o Desenvolvimento Sustentável (RCE-Rio de Janeiro), estruturou-se a partir do Plano de Desenvolvimento Estratégico do Rio de Janeiro, na medida em que o alcance do Centro é regional. Segundo esse plano estratégico, pretende-se que o Rio de Janeiro seja identificado por três segmentos-âncora: petróleo e gás; turismo; e indústria do conhecimento.
Os dois primeiros são evidentes, pois movimentam parte significativa do Produto Interno Bruto do nosso estado. O último é consequência de alguns fatos importantes: o estado conta hoje com 19 universidades e 26 institutos de pesquisa, e detém uma parcela expressiva da produção científica nacional. Além disso, funcionam hoje no Rio de Janeiro 18 incubadoras de empresas e cinco parques tecnológicos, todos em fase de acelerado crescimento.
A partir das metas estabelecidas para o estado, o projeto do RCE-Rio de Janeiro procurou identificar como a educação poderá exercer sua missão transformadora numa sociedade em rápido processo de desenvolvimento, influenciada pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), pelos programas de recuperação de comunidades carentes e pelos grandes eventos programados para esta década, dos quais a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 se destacam.
O projeto de instalação do RCE-Rio de Janeiro parte da premissa de que os maiores legados destes eventos deverão ser a melhoria da qualidade de vida, a inclusão social de elevados contingentes de nossa população e a sua preparação para a ocupação dos inúmeros postos de trabalho que surgirão nos próximos anos, além do incremento da competitividade de nossas empresas.
Com o indispensável apoio da Rede de Tecnologia (RedeTec), o RCE-Rio de Janeiro vem funcionando como um centro irradiador de propostas inovadoras em educação para o desenvolvimento sustentável, estimulando a elaboração de novos projetos e participando diretamente em programas que contribuam para utilização das tecnologias de informação e comunicação no ensino médio.
Pelas suas peculiaridades, o RCE-Rio de Janeiro busca também atuar na formação de líderes cidadãos em comunidades carentes; na capacitação de jovens empreendedores; na identificação de novas oportunidades para a geração de emprego e renda; e na elaboração de estruturas curriculares que atendam aos requisitos impostos pela sociedade do conhecimento.
Esperamos que as duas iniciativas possam, de fato, contribuir fortemente para a construção de uma nova sociedade, consciente de suas responsabilidades com a preservação do meio ambiente, com a equidade e com a utilização dos avanços da ciência e da técnica em benefício da qualida- de de vida e do bem-estar.
Paulo Alcântara Gomes é presidente da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro
Uma vez mais, ciência, tecnologia e inovação foram objetos de muitas discussões, agora num cenário de preocupação com os visíveis efeitos das mudanças climáticas, do prenúncio da falta de alimentos e de água nas próximas décadas.
Dessa forma, vem sendo cada vez mais importante rediscutir o papel da ciência e da tecnologia nas sociedades sustentáveis; reformular as estruturas curriculares na educação básica, no ensino fundamental e no ensino médio; adequar o ensino profissionalizante às novas demandas das empresas; e, no caso da educação superior, oferecer novas modalidades de diplomas e ampliar a articulação entre universidades e empresas, para que estas possam agregar valor aos produtos das empresas, sempre respeitando os paradigmas da sustentabilidade.
Foi com este intuito que a Universidade das Nações Unidas (UNU), sediada em Tóquio, decidiu, ainda em 2011, estimular a criação de duas novas organizações em nosso país: o Instituto de Estudos Avançados do Rio de Janeiro (IAS-Rio) e o Centro Regional de Expertise em Educação para o Desenvolvimento Sustentável (RCE-Rio de Janeiro).
O IAS-Rio, em fase de organização, tem por missão contribuir para o aprofundamento e disseminação de conhecimentos relacionados com a sustentabilidade global, por intermédio de projetos de investigação, de programas de qualificação e de capacitação de pesquisadores, de estudos especiais e de apoio a governos, empresas e associações civis.
Seus objetivos, intrínsecos a um instituto think tank, são a produção autônoma de diagnósticos, cenários, conhecimentos, ideias e proposições de políticas inovadoras relacionadas com os processos de sustentabilidade; a realização de projetos de investigação em temas relacionados com as economias verdes; a capacitação de jovens doutores, com bolsas de pós-doutorado; a orientação de pesquisas para candidatos ao doutorado, sempre em articulação com as universidades em que estão matriculados; e a realização de programas que disseminem a “cultura da sustentabilidade”.
"Esperamos que o IAS-Rio e o RCE-Rio de Janeiro possam contribuir para a construção de uma sociedade sustentável"
Entre suas ações, estão previs- tas a instalação de duas centrais de casos de sucesso. A primeira, relacionada com as boas práticas para o desenvolvimento sustentá- vel e realizadas por empresas e pessoas; e a segunda, relatando soluções encontradas pelas cida- des no tratamento de questões ambientais, na geração de empre- go e renda e na inclusão social.
Pelas suas características, uma vez que está inserido num país em acelerado processo de desenvolvimento e com o com- promisso de promover a inclusão social e uma melhor distribuição de renda, o IAS-Rio procurará aproximar-se de governos e em- presas, oferecendo soluções ino- vadoras, visando à consolidação das sociedades sutentáveis por meio de projetos realizados iso- ladamente ou em parceria.
Nesse contexto, o IAS-Rio fun- cionará como o líder de uma rede que articulará os laboratórios e pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa nacio- nais e estrangeiros, com foco no continente americano e nos Brics. Sua similaridade com o Instituto de Estudos Avançados de Yoko- hama, também vinculado à UNU, foi determinante para a elabora- ção de um projeto com as carac- terísticas mencionadas anterior- mente. O IAS-Rio começou a dar os seus primeiros passos nos início de 2012 e já conta com um apreciável conjunto de projetos de pesquisa em elaboração.
A segunda das organizações propostas pela Universidade das Nações Unidas, o Centro Regional de Expertise em Educação para o Desenvolvimento Sustentável (RCE-Rio de Janeiro), estruturou-se a partir do Plano de Desenvolvimento Estratégico do Rio de Janeiro, na medida em que o alcance do Centro é regional. Segundo esse plano estratégico, pretende-se que o Rio de Janeiro seja identificado por três segmentos-âncora: petróleo e gás; turismo; e indústria do conhecimento.
Os dois primeiros são evidentes, pois movimentam parte significativa do Produto Interno Bruto do nosso estado. O último é consequência de alguns fatos importantes: o estado conta hoje com 19 universidades e 26 institutos de pesquisa, e detém uma parcela expressiva da produção científica nacional. Além disso, funcionam hoje no Rio de Janeiro 18 incubadoras de empresas e cinco parques tecnológicos, todos em fase de acelerado crescimento.
A partir das metas estabelecidas para o estado, o projeto do RCE-Rio de Janeiro procurou identificar como a educação poderá exercer sua missão transformadora numa sociedade em rápido processo de desenvolvimento, influenciada pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), pelos programas de recuperação de comunidades carentes e pelos grandes eventos programados para esta década, dos quais a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 se destacam.
O projeto de instalação do RCE-Rio de Janeiro parte da premissa de que os maiores legados destes eventos deverão ser a melhoria da qualidade de vida, a inclusão social de elevados contingentes de nossa população e a sua preparação para a ocupação dos inúmeros postos de trabalho que surgirão nos próximos anos, além do incremento da competitividade de nossas empresas.
Com o indispensável apoio da Rede de Tecnologia (RedeTec), o RCE-Rio de Janeiro vem funcionando como um centro irradiador de propostas inovadoras em educação para o desenvolvimento sustentável, estimulando a elaboração de novos projetos e participando diretamente em programas que contribuam para utilização das tecnologias de informação e comunicação no ensino médio.
Pelas suas peculiaridades, o RCE-Rio de Janeiro busca também atuar na formação de líderes cidadãos em comunidades carentes; na capacitação de jovens empreendedores; na identificação de novas oportunidades para a geração de emprego e renda; e na elaboração de estruturas curriculares que atendam aos requisitos impostos pela sociedade do conhecimento.
Esperamos que as duas iniciativas possam, de fato, contribuir fortemente para a construção de uma nova sociedade, consciente de suas responsabilidades com a preservação do meio ambiente, com a equidade e com a utilização dos avanços da ciência e da técnica em benefício da qualida- de de vida e do bem-estar.
Paulo Alcântara Gomes é presidente da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro
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