Estante - 110
Parte das publicações,periódicos e DVDs recebidos pela biblioteca
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Relatório anual 2008. São
Paulo: ABNT, 2009.
ÁGUAS BRASIL. Brasília: ANA, n.13, jul./ ago. 2009.
AMBIENTE URBANO. São Paulo: Instituto Triângulo, ano 4, n.39, out. 2009.
BOLETIM ABNT. São Paulo: ABNT, v.7, n.87, out. 2009.
BOLETIM ABNT. São Paulo: ABNT, v.7, n.88, nov. 2009.
BRASIL. DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL.Cooperativismo
mineral no Brasil: o caminho das pedras, passo a passo. Brasília: DNPM, 2008. 134p. (Bússola Mineral).
BRASIL SUSTENTÁVEL. Rio de Janeiro:
CEBDS, n.25, ago./set. 2009.
CONJUNTURA ECONÔMICA. Rio de Janeiro: FGV, v.63, n.10, out 2009.
CORREIO DO SENAC. Rio de Janeiro:
Senac Rio, ano 60, n.695, set./out. 2009.
DEMOCRACIA VIVA. Rio de Janeiro: Ibase, n.43, set. 2009.
ECO 21, Rio de Janeiro: Tricontinental, ano 19, n.153, ago. 2009.
ECONOMIA E ENERGIA. Rio de Janeiro:Ecen, n.74. 2009.
FACTO ABIFINA. Propriedade Industrial,Rio de Janeiro: Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, ano 3, maio/jun 2009.
INFORMATIVO IEA. Rio de Janeiro: Instituto Ecológico Aqualung, ano 15, n.86,jul./ago. 2009.
INMETRO INFORMAÇÃO. Rio de Janeiro: Inmetro, v.28, n.8, ago. 2009.
INMETRO INFORMAÇÃO. Rio de Janeiro: Inmetro, v.28, n.9, set. 2009.
INSTITUTO DE MEIO AMBIENTE E ENERGIA. A bicicleta e as cidades: como
inserir a bicicleta na política de mobilidade urbana. São Paulo: Instituto de Meio Ambiente e Energia, 2009. 83p.
LIMA, Sirayama de Oliveira Ferreira [et al.].Biodiversidade na Província Petrolífera de Urucu. Rio de Janeiro: Petrobras, 2008. 195p.
MUANIS, Manuela Mossé. Quanto custa uma unidade de preservação federal?:
uma visão estratégica para o financiamento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Rio de Janeiro: Funbio, 2009. 52p.
VIEIRA, Neise Ribeiro. Poluição do ar: indicadores ambientais. Rio de Janeiro: E-papers, 2009.
NUESTRO PLANETA. Nairobi: Pnuma, set. 2009.
ONDA CARIOCA. Rio de Janeiro: ONG Onda Carioca, n.26, out. 2009.
PAGES NEWS. Bern: PAGES, v.17, n.3, out 2009.
REVISTA DAE. 3º Workshop de Uso e Reuso de Águas Residuárias, São Paulo: Sabesp, n.180, ano 60, ago. 2009.
REVISTA DAE. Reciclagem: tecnologias e materiais, São Paulo: Sabesp, n.181, ano 60, set. 2009.
REVISTA DE POLÍTICA AGRÍCOLA. Brasília: Secretaria Nacional de Política
Agrícola, Companhia Nacional de Abastecimento, ano 18, n.3, jul./ago./set. 2009.
REVISTA PENÍNSULA. Rio de Janeiro:
Assep, ano 1, n.3, set. 2009.
REVISTA TCMRJ. Rio de Janeiro: Tribunal de Contas do Município do Rio de
Janeiro, ano 24, n.42, set. 2009
REVISTA VIVERDE NATUREZA. São Paulo: Revista Viverde, ano 3, n.12, out./nov. 2009.
SÚMULA AMBIENTAL. Crédito e meio ambiente, Rio de Janeiro: Sistema Firjan, ano 13, n.145, mar. 2009.
SÚMULA AMBIENTAL. Plásticos: conciliando o uso e as questões ambientais,
Rio de Janeiro: Sistema Firjan, ano 13,n.151, set. 2009.
THE BRAZILIAN-AMERICAN CHAMBER OF COMMERCE.2009 business review/
directory: rewriting the ground rules of business: Brazil and the rise of global sustainability. The Brazilian-American Chamber of Commerce, 2009. 220p.
WORLD FEDERATION OF ENGINEERING ORGANIZATIONS. Status of sustainable
energy engineering 2009. WFEO, 2009. 49p.
WWF. Living planet report 2008. Switzerland: WWF, 2008. 44p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Relatório anual 2008. São
Paulo: ABNT, 2009.
ÁGUAS BRASIL. Brasília: ANA, n.13, jul./ ago. 2009.
AMBIENTE URBANO. São Paulo: Instituto Triângulo, ano 4, n.39, out. 2009.
BOLETIM ABNT. São Paulo: ABNT, v.7, n.87, out. 2009.
BOLETIM ABNT. São Paulo: ABNT, v.7, n.88, nov. 2009.
BRASIL. DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL.Cooperativismo
mineral no Brasil: o caminho das pedras, passo a passo. Brasília: DNPM, 2008. 134p. (Bússola Mineral).
BRASIL SUSTENTÁVEL. Rio de Janeiro:
CEBDS, n.25, ago./set. 2009.
CONJUNTURA ECONÔMICA. Rio de Janeiro: FGV, v.63, n.10, out 2009.
CORREIO DO SENAC. Rio de Janeiro:
Senac Rio, ano 60, n.695, set./out. 2009.
DEMOCRACIA VIVA. Rio de Janeiro: Ibase, n.43, set. 2009.
ECO 21, Rio de Janeiro: Tricontinental, ano 19, n.153, ago. 2009.
ECONOMIA E ENERGIA. Rio de Janeiro:Ecen, n.74. 2009.
FACTO ABIFINA. Propriedade Industrial,Rio de Janeiro: Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, ano 3, maio/jun 2009.
INFORMATIVO IEA. Rio de Janeiro: Instituto Ecológico Aqualung, ano 15, n.86,jul./ago. 2009.
INMETRO INFORMAÇÃO. Rio de Janeiro: Inmetro, v.28, n.8, ago. 2009.
INMETRO INFORMAÇÃO. Rio de Janeiro: Inmetro, v.28, n.9, set. 2009.
INSTITUTO DE MEIO AMBIENTE E ENERGIA. A bicicleta e as cidades: como
inserir a bicicleta na política de mobilidade urbana. São Paulo: Instituto de Meio Ambiente e Energia, 2009. 83p.
LIMA, Sirayama de Oliveira Ferreira [et al.].Biodiversidade na Província Petrolífera de Urucu. Rio de Janeiro: Petrobras, 2008. 195p.
MUANIS, Manuela Mossé. Quanto custa uma unidade de preservação federal?:
uma visão estratégica para o financiamento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Rio de Janeiro: Funbio, 2009. 52p.
VIEIRA, Neise Ribeiro. Poluição do ar: indicadores ambientais. Rio de Janeiro: E-papers, 2009.
NUESTRO PLANETA. Nairobi: Pnuma, set. 2009.
ONDA CARIOCA. Rio de Janeiro: ONG Onda Carioca, n.26, out. 2009.
PAGES NEWS. Bern: PAGES, v.17, n.3, out 2009.
REVISTA DAE. 3º Workshop de Uso e Reuso de Águas Residuárias, São Paulo: Sabesp, n.180, ano 60, ago. 2009.
REVISTA DAE. Reciclagem: tecnologias e materiais, São Paulo: Sabesp, n.181, ano 60, set. 2009.
REVISTA DE POLÍTICA AGRÍCOLA. Brasília: Secretaria Nacional de Política
Agrícola, Companhia Nacional de Abastecimento, ano 18, n.3, jul./ago./set. 2009.
REVISTA PENÍNSULA. Rio de Janeiro:
Assep, ano 1, n.3, set. 2009.
REVISTA TCMRJ. Rio de Janeiro: Tribunal de Contas do Município do Rio de
Janeiro, ano 24, n.42, set. 2009
REVISTA VIVERDE NATUREZA. São Paulo: Revista Viverde, ano 3, n.12, out./nov. 2009.
SÚMULA AMBIENTAL. Crédito e meio ambiente, Rio de Janeiro: Sistema Firjan, ano 13, n.145, mar. 2009.
SÚMULA AMBIENTAL. Plásticos: conciliando o uso e as questões ambientais,
Rio de Janeiro: Sistema Firjan, ano 13,n.151, set. 2009.
THE BRAZILIAN-AMERICAN CHAMBER OF COMMERCE.2009 business review/
directory: rewriting the ground rules of business: Brazil and the rise of global sustainability. The Brazilian-American Chamber of Commerce, 2009. 220p.
WORLD FEDERATION OF ENGINEERING ORGANIZATIONS. Status of sustainable
energy engineering 2009. WFEO, 2009. 49p.
WWF. Living planet report 2008. Switzerland: WWF, 2008. 44p.
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Mais energia e menos efeito estufa: O desafio do século XXI
Cedo, a inteligência e a criatividade humanas começaram a diferenciar nossa espécie das demais. Avanços tecnológicos surgiram, permitindo que nossos antepassados se aquecessem melhor, comecem melhor, se defendessem melhor. Tais avanços, que asseguraram o sucesso da espécie humana, tinham, no entanto uma contrapartida:
o aumento do consumo de energia.
Essa característica manteve-se ao longo do desenvolvimento das civilizações. Mais progresso tornou-se sinônimo de maior consumo de energia. Hoje, a produção agropecuária que fornece a enorme quantidade de alimentos de que os bilhões de seres humanos necessitam, as indústrias que produzem os inúmeros itens necessários ao nosso conforto e qualidade de vida, os sistemas de transporte que asseguram a mobilidade de bens e pessoas, a cultura, o lazer dependem da disponibilidade de grandes quantidades de energia.
Não surpreende, portanto, que todas as projeções apontem para uma continuidade no crescimento da demanda mundial por energia. A Agência Internacional de Energia (IEA) prevê que essa demanda aumentará cerca de 1,5% ao ano no período de 2007 a 2030, acumulando um crescimento da ordem de 40% nesse período.
A referida correlação entre crescimento, qualidade de vida e consumo de energia nos permite também entender por que, ainda segundo a IEA, a demanda energética nos países em desenvolvimento deverá crescer 2,3% ao ano no período mencionado, contra apenas 0,2% ao ano nos países desenvolvidos.
Ao longo do Século XX, os combustíveis de origem fóssil – carvão, petróleo e gás natural – se tornaram responsáveis pelo suprimento da maior parte da energia consumida no mundo. Em 2007, a participação desses combustíveis ultrapassou 81%.
Aperfeiçoamentos tecnológicos e avanços na legislação permitiram minimizar os impactos ambientais ao longo do ciclo de vida dos combustíveis fósseis; aproximava-se o momento em que as chaminés e canos de descarga exalariam não mais do que vapor d'água e um gás incolor, inodoro e praticamente inerte: o dióxido de carbono – CO2.
No último quarto do século passado, no entanto, começaram a se acumular evidências de que a temperatura média da superfície da Terra estava aumentando, a uma taxa mais rápida do que a previsível com base na evolução natural do planeta. Estudos e pesquisas começavam a apontar com crescente grau de certeza que tal aquecimento se correlacionava a uma intensificação do fenômeno natural chamado efeito estufa. E que tal intensificação se devia ao aumento da concentração na atmosfera dos chamados gases de efeito estufa. E que dentre eles se destacava o CO2, justamente aquele gás incolor, inodoro e praticamente inerte...
À medida que se evidenciava ser o aquecimento da superfície do planeta capaz de provocar de fato uma mudança global do clima, com potencial de impactar as atividades humanas, crescia a pressão sobre organismos internacionais, governos e empresas no sentido de que fossem adotadas medidas capazes de impedir que a mudança climática atingisse amplitude capaz de afetar catastroficamente
o meio ambiente, a economia e as condições de vida das sociedades humanas.
Tal pressão se exerceu com mais intensidade sobre a indústria de energia. Afinal, as emissões de gases de efeito estufa por essa indústria representaram mais de 63% das emissões totais em 2005 e poderiam vir a representar cerca de 71% do total em 2030.
Existe hoje um quase consenso quanto à necessidade de se limitar a 2ºC o aumento médio da temperatura global neste século, de modo a reduzir a probabilidade de ocorrência de fenômenos climáticos desastrosos. Se não forem, no entanto, adotadas medidas mais eficazes para a mudança do perfil atual de emissão de gases de efeito estufa, é projetado um aumento de temperatura da ordem de 6ºC, com danos extensivos aos ecossistemas, secas e inundações, elevação acentuada do nível do mar e proliferação de doenças, impactando fortemente a economia e a sociedade.
Diversos cenários de emissão de gases de efeito estufa capazes de limitar o aquecimento global estão sendo avaliados. Um dos que vêm sendo objeto de maior atenção é o chamado Cenário 450, o qual propõe que a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera seja estabilizada em 450 partes por milhão (ppm) de CO2 equivalente, em uma perspectiva de longo prazo. Estima-se que tal concentração ofereça 50% de probabilidade de que o aumento da temperatura média global fique limitado a 2ºC.
O Cenário 450 prevê redução substancial nas emissões de CO2 associadas à indústria de energia. Essas emissões deverão atingir um pico da ordem de 30,9 gigatoneladas por volta de 2020 e declinar para 26,4 gigatoneladas em 2030 (uma gigatonelada corresponde a um bilhão de toneladas). A dimensão do esforço necessário na área de energia pode ser mais bem avaliada considerando que, se nenhuma medida adicional for adotada para alterar o atual padrão de consumo, as emissões de CO2 relacionadas à energia deverão atingir 34,5 e 40,2 gigatoneladas em 2020 e 2030, respectivamente.
A implementação do Cenário 450 exige que os países desenvolvidos (membros da OCDE e outros países da União Européia) assumam desde já compromissos de redução de emissões com foco em 2020. África do Sul, Brasil, China, Rússia e países do Oriente Médio deverão adotar compromissos de redução a partir de 2020, fazendo com que as emissões de CO2 desse grupo de países declinem de um pico de 12,6 gigatoneladas em 2020 para 11,1 gigatoneladas em 2030. Ainda assim, o total de emissões em 2030 será superior em cerca de 14% ao registrado em 2007, assegurando a esses países um espaço para promoção do desenvolvimento econômico e da melhoria da qualidade de vida de suas populações.
O alcance do objetivo de se estabilizar a concentração de CO2 na atmosfera em 450 ppm demandará diversos tipos de ações na área de energia, com a mobilização de todas as fontes energéticas capazes de promover redução da intensidade de emissão de gases de efeito estufa. A maior parcela (cerca de 52%) do total de 13,8 gigatoneladas de CO2, cuja emissão deverá ser evitada em 2030, corresponde à melhoria da eficiência energética de prédios, veículos, eletrodomésticos e de processos e equipamentos industriais. Outros 20% estarão associados ao incremento do uso de fontes renováveis, 10% à maior utilização da energia nuclear e mais 10% à aplicação de tecnologias de captura e armazenamento de carbono. O incremento do uso de biocombustíveis responderá por 3% da redução necessária.
As iniciativas para a materialização do Cenário 450 pressupõem um crescimento expressivo da participação das fontes menos emissoras de CO2 na matriz energética mundial. Em 2030, tomando como referência uma projeção baseada nos atuais padrões de consumo, a IEA estima que a demanda por energia proveniente de centrais nucleares deverá ser 49% maior, enquanto as hidrelétricas fornecerão 21% a mais de energia. A quantidade de energia proveniente de biomassa e resíduos e a suprida por outras fontes renováveis terão acréscimos de 22% e 95%, respectivamente.
Em contrapartida, a quantidade de energia suprida pelos combustíveis fósseis sofrerá, nas mesmas bases, redução significativa: -47% no caso do carvão,-15% para o petróleo e -17% no que diz respeito ao gás natural. É interessante observar, no entanto, que, apesar dessa expressiva redução, os combustíveis fósseis manterão ainda uma posição predominante na matriz energética mundial. Mesmo no Cenário 450, os combustíveis fósseis serão responsáveis pelo suprimento de mais de 68% da energia consumida no mundo em 2030, aspecto que mais uma vez ratifica a importância desses energéticos para o desenvolvimento econômico e social.
A adoção do Cenário 450 ou de qualquer outro que permita limitar o aquecimento global a níveis seguros exigirá um alto nível de articulação internacional e o engajamento de toda a sociedade, que provavelmente se verá em face da necessidade, sempre penosa, de mudar hábitos de consumo e estilos de vida. A mudança do clima é um problema global, mas que somente será resolvido por ações e iniciativas a serem implementadas em todos os países e regiões. Esse engajamento global, capaz de levar em conta as diferentes necessidades, possibilidades e interesses de cada uma das partes envolvidas, está se constituindo em um desafio novo para a humanidade. Mas quem sabe se revele também como uma oportunidade de estabelecermos uma forma mais madura e cooperativa de relacionamento entre os povos.
Luis Cesar Stano é Gerente de Desempenho em Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras
o aumento do consumo de energia.
Essa característica manteve-se ao longo do desenvolvimento das civilizações. Mais progresso tornou-se sinônimo de maior consumo de energia. Hoje, a produção agropecuária que fornece a enorme quantidade de alimentos de que os bilhões de seres humanos necessitam, as indústrias que produzem os inúmeros itens necessários ao nosso conforto e qualidade de vida, os sistemas de transporte que asseguram a mobilidade de bens e pessoas, a cultura, o lazer dependem da disponibilidade de grandes quantidades de energia.
Não surpreende, portanto, que todas as projeções apontem para uma continuidade no crescimento da demanda mundial por energia. A Agência Internacional de Energia (IEA) prevê que essa demanda aumentará cerca de 1,5% ao ano no período de 2007 a 2030, acumulando um crescimento da ordem de 40% nesse período.
A referida correlação entre crescimento, qualidade de vida e consumo de energia nos permite também entender por que, ainda segundo a IEA, a demanda energética nos países em desenvolvimento deverá crescer 2,3% ao ano no período mencionado, contra apenas 0,2% ao ano nos países desenvolvidos.
Ao longo do Século XX, os combustíveis de origem fóssil – carvão, petróleo e gás natural – se tornaram responsáveis pelo suprimento da maior parte da energia consumida no mundo. Em 2007, a participação desses combustíveis ultrapassou 81%.
Aperfeiçoamentos tecnológicos e avanços na legislação permitiram minimizar os impactos ambientais ao longo do ciclo de vida dos combustíveis fósseis; aproximava-se o momento em que as chaminés e canos de descarga exalariam não mais do que vapor d'água e um gás incolor, inodoro e praticamente inerte: o dióxido de carbono – CO2.
No último quarto do século passado, no entanto, começaram a se acumular evidências de que a temperatura média da superfície da Terra estava aumentando, a uma taxa mais rápida do que a previsível com base na evolução natural do planeta. Estudos e pesquisas começavam a apontar com crescente grau de certeza que tal aquecimento se correlacionava a uma intensificação do fenômeno natural chamado efeito estufa. E que tal intensificação se devia ao aumento da concentração na atmosfera dos chamados gases de efeito estufa. E que dentre eles se destacava o CO2, justamente aquele gás incolor, inodoro e praticamente inerte...
À medida que se evidenciava ser o aquecimento da superfície do planeta capaz de provocar de fato uma mudança global do clima, com potencial de impactar as atividades humanas, crescia a pressão sobre organismos internacionais, governos e empresas no sentido de que fossem adotadas medidas capazes de impedir que a mudança climática atingisse amplitude capaz de afetar catastroficamente
o meio ambiente, a economia e as condições de vida das sociedades humanas.
Tal pressão se exerceu com mais intensidade sobre a indústria de energia. Afinal, as emissões de gases de efeito estufa por essa indústria representaram mais de 63% das emissões totais em 2005 e poderiam vir a representar cerca de 71% do total em 2030.
Existe hoje um quase consenso quanto à necessidade de se limitar a 2ºC o aumento médio da temperatura global neste século, de modo a reduzir a probabilidade de ocorrência de fenômenos climáticos desastrosos. Se não forem, no entanto, adotadas medidas mais eficazes para a mudança do perfil atual de emissão de gases de efeito estufa, é projetado um aumento de temperatura da ordem de 6ºC, com danos extensivos aos ecossistemas, secas e inundações, elevação acentuada do nível do mar e proliferação de doenças, impactando fortemente a economia e a sociedade.
Diversos cenários de emissão de gases de efeito estufa capazes de limitar o aquecimento global estão sendo avaliados. Um dos que vêm sendo objeto de maior atenção é o chamado Cenário 450, o qual propõe que a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera seja estabilizada em 450 partes por milhão (ppm) de CO2 equivalente, em uma perspectiva de longo prazo. Estima-se que tal concentração ofereça 50% de probabilidade de que o aumento da temperatura média global fique limitado a 2ºC.
O Cenário 450 prevê redução substancial nas emissões de CO2 associadas à indústria de energia. Essas emissões deverão atingir um pico da ordem de 30,9 gigatoneladas por volta de 2020 e declinar para 26,4 gigatoneladas em 2030 (uma gigatonelada corresponde a um bilhão de toneladas). A dimensão do esforço necessário na área de energia pode ser mais bem avaliada considerando que, se nenhuma medida adicional for adotada para alterar o atual padrão de consumo, as emissões de CO2 relacionadas à energia deverão atingir 34,5 e 40,2 gigatoneladas em 2020 e 2030, respectivamente.
A implementação do Cenário 450 exige que os países desenvolvidos (membros da OCDE e outros países da União Européia) assumam desde já compromissos de redução de emissões com foco em 2020. África do Sul, Brasil, China, Rússia e países do Oriente Médio deverão adotar compromissos de redução a partir de 2020, fazendo com que as emissões de CO2 desse grupo de países declinem de um pico de 12,6 gigatoneladas em 2020 para 11,1 gigatoneladas em 2030. Ainda assim, o total de emissões em 2030 será superior em cerca de 14% ao registrado em 2007, assegurando a esses países um espaço para promoção do desenvolvimento econômico e da melhoria da qualidade de vida de suas populações.
O alcance do objetivo de se estabilizar a concentração de CO2 na atmosfera em 450 ppm demandará diversos tipos de ações na área de energia, com a mobilização de todas as fontes energéticas capazes de promover redução da intensidade de emissão de gases de efeito estufa. A maior parcela (cerca de 52%) do total de 13,8 gigatoneladas de CO2, cuja emissão deverá ser evitada em 2030, corresponde à melhoria da eficiência energética de prédios, veículos, eletrodomésticos e de processos e equipamentos industriais. Outros 20% estarão associados ao incremento do uso de fontes renováveis, 10% à maior utilização da energia nuclear e mais 10% à aplicação de tecnologias de captura e armazenamento de carbono. O incremento do uso de biocombustíveis responderá por 3% da redução necessária.
As iniciativas para a materialização do Cenário 450 pressupõem um crescimento expressivo da participação das fontes menos emissoras de CO2 na matriz energética mundial. Em 2030, tomando como referência uma projeção baseada nos atuais padrões de consumo, a IEA estima que a demanda por energia proveniente de centrais nucleares deverá ser 49% maior, enquanto as hidrelétricas fornecerão 21% a mais de energia. A quantidade de energia proveniente de biomassa e resíduos e a suprida por outras fontes renováveis terão acréscimos de 22% e 95%, respectivamente.
Em contrapartida, a quantidade de energia suprida pelos combustíveis fósseis sofrerá, nas mesmas bases, redução significativa: -47% no caso do carvão,-15% para o petróleo e -17% no que diz respeito ao gás natural. É interessante observar, no entanto, que, apesar dessa expressiva redução, os combustíveis fósseis manterão ainda uma posição predominante na matriz energética mundial. Mesmo no Cenário 450, os combustíveis fósseis serão responsáveis pelo suprimento de mais de 68% da energia consumida no mundo em 2030, aspecto que mais uma vez ratifica a importância desses energéticos para o desenvolvimento econômico e social.
A adoção do Cenário 450 ou de qualquer outro que permita limitar o aquecimento global a níveis seguros exigirá um alto nível de articulação internacional e o engajamento de toda a sociedade, que provavelmente se verá em face da necessidade, sempre penosa, de mudar hábitos de consumo e estilos de vida. A mudança do clima é um problema global, mas que somente será resolvido por ações e iniciativas a serem implementadas em todos os países e regiões. Esse engajamento global, capaz de levar em conta as diferentes necessidades, possibilidades e interesses de cada uma das partes envolvidas, está se constituindo em um desafio novo para a humanidade. Mas quem sabe se revele também como uma oportunidade de estabelecermos uma forma mais madura e cooperativa de relacionamento entre os povos.
Luis Cesar Stano é Gerente de Desempenho em Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras
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Agenda - 110
UniCedae 2010/Exposição de Tecnologia e Equipamentos para Saneamento
De 14 a 16 de abril, no Rio de Janeiro (RJ).
Realização: Aseac (Associação dos Empregados de Nível Universitário da Cedae).
Informações pelo tel. (21) 3035-3100 e (11) 3044-4410 ou pelo email unicedae@fagga.com.br.
Fiema (Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente)
De 27 a 30 de abril,em Bento Gonçalves (RS).
Realização: Proamb.
Informações em www.fiema.com.br.
Marcadores: agenda