Anunciados os Vencedores do Prêmio SEED 2009 de Apoio ao Empreendedorismo Local de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Nova York, 12 de Maio de 2009 – Os vencedores da edição de 2009 do Prêmio SEED para o Empreendedorismo em Desenvolvimento Sustentável foram anunciados hoje em cerimônia de premiação com recepção de alto nível. O prêmio internacional reconhece inovações em âmbito de empreendedorismo local, ambientalmente responsável e sustentável. A sigla SEED vem do inglês Supporting Entrepreneurs in Environment and Development e significa Apoio aos Empreendedores de Meio Ambiente e Desenvolvimento. O acrônimo da sigla “seed” também significa semente.
Vinte iniciativas locais de vários países em desenvolvimento receberam o prêmio deste ano. Juntos, os vencedores representam modelos de empreendimentos promissores de combate à pobreza, de gestão ambiental de águas e de desperdícios, de energia sustentável, de reciclagem e de pesca.
O Prêmio SEED é o carro-chefe da Iniciativa SEED, uma parceria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN).
A cerimônia, que contou com a presença de delegados de alto nível de vários governos, da sociedade civil e do empresariado, foi realizada em conjunto com a segunda semana da reunião de 2009 da Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (CDS). Aproveitando a concentração de delegados nacionais que participavam da CDS, a recepção teve por objetivo chamar a atenção para a contribuição que empreendedores locais estão realizando para atingir as metas internacionais de desenvolvimento sustentável.
“Esse é um grupo inspirador de empreendedores que demonstram que sustentabilidade ambiental e negócios podem ter objetivos sinergéticos”, disse o Administrador Assistente do PNUD, Olav Kjørven. “É esse tipo de inovação e de empreendedorismo responsável que vai criar empregos, prover segurança alimentar e salvar o meio ambiente. É nosso objetivo no PNUD promover essas idéias de negócios como as sementes (seeds) das economias futuras e como os instrumentos-chave que nos irão permitir cumprir as Metas de Desenvolvimento do Milênio. O PNUD se orgulha de ser um parceiro da Iniciativa SEED e eu parabenizo os vencedores do Prêmio SEED 2009 por suas notáveis realizações e por sua liderança”.
O Prêmio SEED representa uma honra ao mérito na crescente área de prêmios de meio ambiente e desenvolvimento, uma vez que identificam, perfilam e apóiam empresas inovadoras, promissoras e orientadas para atividades locais que trabalhem em parceria com países em desenvolvimento para melhorar o bem-estar, combater a pobreza e administrar os recursos naturais de maneira sustentável. Mais que o prêmio monetário tradicional, os candidatos competem por um pacote de capacitação exclusiva, que permitirá aos vencedores expandirem suas iniciativas e estabelecer parcerias duradouras com diferentes setores.
No discurso de encerramento, Achim Steiner, Sub-Secretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, disse: “Os US$ 3 trilhões em pacotes de estímulos destinados a reavivar a economia global podem ser utilizados para manter indústrias moribundas, como as fabricantes de carros altamente poluentes e outras firmas que sobrevivem apenas em função de ajuda governamental, ou podem ser investidos na efetivação de uma economia verde e sustentável para o século XXI”. Os vencedores do Prêmio SEED de 2009 são exemplos destacados de empresas de todo o mundo, que se orientam pela baixa emissão de carbono, pela inovação, pela reciclagem e pelos trabalhos verdes, que não apenas ecoam múltiplos desafios, mas também que, com apenas fração da ajuda bilionária recebida por algumas empresas ineficientes, poderiam transformar-se em novas Microsoft, Siemens, Tata e Unilever, realizando hoje a economia do futuro.”
Sobre o SEED: A Iniciativa SEED identifica, perfila e apóia empresas inovadoras, promissoras e orientadas para atividades locais que trabalhem em parceria com países em desenvolvimento para melhorar o bem-estar, combater a pobreza e a marginalização, e administrar os recursos naturais de maneira sustentável. A SEED desenvolve recursos educativos para a ampla comunidade de empreendedores sociais e ambientais, informa formuladores de política e tomadores de decisão, e objetiva inspirar práticas inovadoras e empreendedoras em relação ao desenvolvimento sustentável.
A SEED é uma rede global fundada em 2002 por PNUMA, PNUD e UICN para contribuir com o cumprimento das Metas do Milênio da ONU e dos compromissos realizados na Cúpula Mundial de Johanesburgo para o Desenvolvimento Sustentável.
Parceiros da SEED: O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e os governos da África do Sul, da Alemanha, da Espanha, dos Estados Unidos, da Índia, da Noruega, dos Países Baixos e do Reino Unido.
A competição pelo Prêmio SEED 2009 foi particularmente acirrada. Os vencedores foram selecionados por um júri internacional de especialistas em desenvolvimento sustentável.
A Diretora Geral da UICN, Julia Marton-Lefèvre, que também participou da cerimônia, disse sobre o alto nível da competição: “Essa quarta edição do Prêmio SEED demonstra ostentadamente que havia um vasto número de idéias inovadoras e efetivas de todo o mundo sobre como implementar o desenvolvimento sustentável. Esses vencedores do SEED são selecionados entre mais de 1100 candidatos de quase 100 países, representando os esforços colaboradores de aproximadamente 5 mil organizações do setor privado, ONGs, grupos femininos, entidades trabalhistas, autoridades públicas, agências internacionais e acadêmicos. Nossa esperança é que com o apoio da SEED eles possam crescer e inspirar iniciativas similares em outros lugares”.
Além desse Prêmio anual, a Iniciativa SEED, disponível em www.seedinit.org, trabalha para aprender com as experiências de negócios recém-iniciados, a fim de gerar ferramentas e guias de ajuda para todos os empreendedores que estiverem objetivando prover benefícios sociais e ambientais. A última ferramenta, um portal de internet desenvolvido pela SEED em parceria com o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável e a Comissão de Cooperação Ambiental, foi lançada na recepção. Associado à popular enciclopédia Wikipédia, em www.entrepreneurstoolkit.org, essa ferramenta foi criada de modo que empreendedores sociais e ambientais de todo o mundo possam escrever sobre suas experiências de estabelecimento e gerenciamento de negócios.
Os Vencedores do Prêmio SEED de 2009:
- África do Sul, Namíbia e Botsuana: “Protocolos bioculturais – Perspectivas comunitárias de acesso e partilha de benefícios”. Organizações da sociedade civil mobilizaram esforços para desenvolver protocolos bioculturais com diferentes comunidades autóctones para ajudar a prover um modelo em que elas possam partilhar os benefícios, caso os recursos locais e a expertise forem desenvolvidos com propósitos de orientação para o mercado.
- Bangladesh: “Conversão solar das tradicionais lâmpadas de querosene”. Uma ONG nacional do país em parceria com uma ONG local e com uma cooperativa desenvolveram um aparelho inovador chamado “SuryaHurricane”, uma lanterna solar de baixo custo feita de partes recicladas das convencionais e populares lanternas de querosene.
- Bangladesh: “Gerando economia local pela regeneração de recursos locais”. A cooperação entre uma ONG nacional, um instituto de pesquisa e uma pequena empresa objetiva evitar a perda de biodiversidade e a degradação de terras agricultáveis, reciclando resíduos de rizicultura para a produção de cimento que será utilizado na produção de materiais de construção de baixo custo.
- Brasil: “Programa de um milhão de cisternas (P1MC)”. ONGs locais e associações comunitárias juntaram forças com o governo federal e com agências internacionais para desenvolver e construir um milhão de cisternas para coletar e armazenar as águas pluviais na região semi-árida, trazendo acesso à água potável para famílias rurais pobres.
- Brasil: “Uso sustentável de sementes da Amazônia”. Desenvolvimento regional na Amazônia brasileira é o objetivo dos parceiros, que encorajam a organização de cooperativas nas comunidades locais, transferindo-lhes tecnologias e treinando-as para produzir óleos a partir de sementes da Amazônia, o que lhes resulta em aumento de renda.
- Brasil: “Projeto Piaba do Rio Negro”. Uma ONG nacional, uma cooperativa de pequenos produtores e autoridades públicas estão trabalhando em conjunto para construir um nicho de mercado de peixes ornamentais e para introduzir um sistema de comércio justo por meio da pesca socioambientalmente responsável.
- Burkina Faso: “Quiosques de energia Nafore & Afrisolar”. Uma pequena empresa e algumas ONGs internacionais estão cooperando para prover suprimento de energia sustentável a comunidades pobres, por meio da expansão do uso de “Nafore”, um carregador de telefone com células fotovoltaicas, 100% carregável com energia solar.
- Colômbia: “Oro Verde® - Facilitando o acesso ao mercado para mineradores”. Uma ONG nacional e associações comunitárias locais estão engajadas em uma iniciativa para reverter a degradação ambiental e a exclusão social produzida pela mineração mecanizada ilegal e descontrolada. Um processo de certificação de minas e um programa de capacitação de mineradores foram criados, sendo que mais de 1000 minas já estão seguindo critérios sociais e ambientais.
- Colômbia: “Camarões Sustentáveis do Golfo de Morrosquillo”. Os parceiros desse projeto são uma organização comunitária, uma ONG local e uma empresa local que objetivam estabelecer uma cooperativa formada por famílias de tradicionais pescadores no golfo de Morrosquillo, pescando camarões sem gerar emissões de gases do efeito estufa.
- Ilhas Cook: “Ostreicultura inovadora em terra”. Um empreendimento local em parceria com uma ONG nacional está cultivando ostras sob condições controladas de maneira ambientalmente responsável e totalmente sustentável. A piscicultura alivia a pesca de subsistência que equivale a pesca predatória nas lagoas da região, bem como configura uma nova segurança alimentar e uma geração de rendas para as comunidades envolvidas.
- Quênia: “MakaaZingira” produz carvão certificado pelo FCS (Forest Stewardship Council) para a conservação e a criação de meios de vida. Uma ONG nacional, uma organização comunitária e uma rede de pequenas empresas objetivam estabelecer um modelo sustentável de eco-carvoaria, ajudando pequenos proprietários de terra a substituir práticas insustentáveis e a gerar benefícios sociais.
- Quênia: “Recuperação de plásticos integrados e projeto de reciclagem”. Um projeto realizado por uma grande e uma pequena empresa, em parceria com uma ONG nacional, objetiva viabilizar a reciclagem transformadora de resíduos polietilenos em cabos plásticos, melhorando e fortalecendo os meios de vida para mulheres e jovens pobres e marginalizados.
- Quênia, Malauí, Tanzânia e Zâmbia: “Dinheiro Ensolarado – Micro-franquias solares”. ONGs internacionais e organizações comunitárias no Quênia, no Malauí, na Tanzânia e na Zâmbia criaram uma micro-franquia chamada Dinheiro Ensolarado, que recruta, treina e apóia uma crescente rede de empreendedores solares na África Oriental, especialmente pessoas com surdez ou outras deficiências, ajudando-as a construir e a vender peças e aparelhos solares capazes de ligar luzes, rádios e telefones celulares.
- Moçambique: “Iniciativa de Energia Limpa”. Esse projeto objetiva prover eletrificação rural com energia sustentável, gerando empregos locais e promovendo habilidades empreendedoras, oferecendo capacitação técnica na montagem, na instalação e na manutenção de micro-turbinas eólicas. Os parceiros desse projeto são pequenos empresários locais e uma instituição acadêmica.
- Níger: “Almodo”. Uma parceria entre pequenas empresas e uma instituição de pesquisa está desenvolvendo um sistema sustentável e de auto-financiamento para gestão de resíduos sólidos, que contribui para melhorar as condições de vida da população mais pobre, em colaboração com um grupo de mulheres que coleta resíduos sólidos em áreas urbanas pobres das três maiores cidades do Níger.
- Panamá: “Capacitação para o Plantio”. Uma iniciativa que envolve pequenas empresas em parceria com uma organização comunitária e uma agência internacional está arrecadando capitais privados para aumentar a conservação e prover oportunidades de meios de vida sustentáveis para a população local e, ao mesmo tempo, melhorando a conservação de recursos naturais em biomas frágeis.
- Sri Lanka: “Energia Solar, Educação & Pesca”. ONGs nacionais e internacionais, com a cooperação de autoridades públicas, estão trabalhando para expandir o uso de um sistema alternativo de iluminação rural em vilas, por meio da substituição de lâmpadas de querosene por painéis solares.
- Tanzânia: “KOLCAFE – Aumento da lucratividade de pequenos cafeicultores”. Essa iniciativa, envolvendo ONGs nacionais e uma instituição de pesquisa local, objetiva melhorar as finanças dos pequenos cafeicultores e aumentar a produção de café, melhorando práticas agronômicas e agregando valor pela construção de infraestrutura de processamento de produtos e vendendo-os diretamente aos mercados exportadores.
- Tailândia: “Banco de carbono e desenvolvimento de vila”. Essa inovadora iniciativa de ONGs nacionais e de uma instituição acadêmica objetiva encorajar, apoiar e melhorar a engenharia florestal das comunidades autóctones pelo comércio de créditos de carbono, a fim de promover uma adaptação exitosa às mudanças climáticas, pelo desenvolvimento socioeconômico de comunidades locais e pela conservação da biodiversidade.
- Zimbábue: “Ponte para o Mundo”. Uma pequena empresa, uma instituição de pesquisa e uma associação de pequenas proprietárias de terra estão enfrentando o desafio de melhorar os meios de vida rurais e de reverter a severa degradação da terra, por meio de um inovador cultivo orgânico de óleos essenciais, feitos a partir de um arbusto local, o Tarchonanthus camphoratus.
O Júri do Prêmio SEED 2009:
Os vencedores do Prêmio SEED 2009 foram selecionados por um júri internacional independente que dedicou tempo considerável para escolher as mais promissoras candidaturas. Os membros do júri são:
- Leila Akahloun: Integradora para Programas na África, Ashoka
- Nicole Haeusler: Diretor Administrativo da Mas Contour – Consultoria de Turismo & Planejamento Regional
- Paul Laird: Administrador de Parcerias Corporativas, Earthwatch, Reino Unido
- Juan Mayr Maldonado: ex-Ministro do Meio Ambiente, Colômbia
- Brian Milder: Diretor de Estratégia e Inovação, Root Capital
- Jennifer Morris: Vice-Presidente da Verde Ventures, Conservation International
- Kofi Nketsia-Tabiri: Diretor Regional, E + Co África
- Sarah Timpson: Assessora Sênior para Iniciativas Comunitárias, PNUD
- George Varughese: Presidente do Grupo de Alternativas para o Desenvolvimento, Índia
Para maiores informações, favor contatar:
Helen Marquard, Diretora Executiva, Secretariado da Iniciativa SEED: +44 7785 706 646 Email: helen.marquard@seedinit.org
Nick Nuttall, PNUMA no celular +254 733632755 ou no email nick.nuttall@unep.org
Reportagem original em inglês disponível no site do PNUMA, acessível em: http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?DocumentID=585&ArticleID=6164&l=en
A tradução livre de Oreste Pedro Maia Andrade Junior, do Comitê Brasileiro do PNUMA no telefone +55 21 2262-7546 ou no email oreste@brasilpnuma.org.br
Vinte iniciativas locais de vários países em desenvolvimento receberam o prêmio deste ano. Juntos, os vencedores representam modelos de empreendimentos promissores de combate à pobreza, de gestão ambiental de águas e de desperdícios, de energia sustentável, de reciclagem e de pesca.
O Prêmio SEED é o carro-chefe da Iniciativa SEED, uma parceria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN).
A cerimônia, que contou com a presença de delegados de alto nível de vários governos, da sociedade civil e do empresariado, foi realizada em conjunto com a segunda semana da reunião de 2009 da Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (CDS). Aproveitando a concentração de delegados nacionais que participavam da CDS, a recepção teve por objetivo chamar a atenção para a contribuição que empreendedores locais estão realizando para atingir as metas internacionais de desenvolvimento sustentável.
“Esse é um grupo inspirador de empreendedores que demonstram que sustentabilidade ambiental e negócios podem ter objetivos sinergéticos”, disse o Administrador Assistente do PNUD, Olav Kjørven. “É esse tipo de inovação e de empreendedorismo responsável que vai criar empregos, prover segurança alimentar e salvar o meio ambiente. É nosso objetivo no PNUD promover essas idéias de negócios como as sementes (seeds) das economias futuras e como os instrumentos-chave que nos irão permitir cumprir as Metas de Desenvolvimento do Milênio. O PNUD se orgulha de ser um parceiro da Iniciativa SEED e eu parabenizo os vencedores do Prêmio SEED 2009 por suas notáveis realizações e por sua liderança”.
O Prêmio SEED representa uma honra ao mérito na crescente área de prêmios de meio ambiente e desenvolvimento, uma vez que identificam, perfilam e apóiam empresas inovadoras, promissoras e orientadas para atividades locais que trabalhem em parceria com países em desenvolvimento para melhorar o bem-estar, combater a pobreza e administrar os recursos naturais de maneira sustentável. Mais que o prêmio monetário tradicional, os candidatos competem por um pacote de capacitação exclusiva, que permitirá aos vencedores expandirem suas iniciativas e estabelecer parcerias duradouras com diferentes setores.
No discurso de encerramento, Achim Steiner, Sub-Secretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, disse: “Os US$ 3 trilhões em pacotes de estímulos destinados a reavivar a economia global podem ser utilizados para manter indústrias moribundas, como as fabricantes de carros altamente poluentes e outras firmas que sobrevivem apenas em função de ajuda governamental, ou podem ser investidos na efetivação de uma economia verde e sustentável para o século XXI”. Os vencedores do Prêmio SEED de 2009 são exemplos destacados de empresas de todo o mundo, que se orientam pela baixa emissão de carbono, pela inovação, pela reciclagem e pelos trabalhos verdes, que não apenas ecoam múltiplos desafios, mas também que, com apenas fração da ajuda bilionária recebida por algumas empresas ineficientes, poderiam transformar-se em novas Microsoft, Siemens, Tata e Unilever, realizando hoje a economia do futuro.”
Sobre o SEED: A Iniciativa SEED identifica, perfila e apóia empresas inovadoras, promissoras e orientadas para atividades locais que trabalhem em parceria com países em desenvolvimento para melhorar o bem-estar, combater a pobreza e a marginalização, e administrar os recursos naturais de maneira sustentável. A SEED desenvolve recursos educativos para a ampla comunidade de empreendedores sociais e ambientais, informa formuladores de política e tomadores de decisão, e objetiva inspirar práticas inovadoras e empreendedoras em relação ao desenvolvimento sustentável.
A SEED é uma rede global fundada em 2002 por PNUMA, PNUD e UICN para contribuir com o cumprimento das Metas do Milênio da ONU e dos compromissos realizados na Cúpula Mundial de Johanesburgo para o Desenvolvimento Sustentável.
Parceiros da SEED: O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e os governos da África do Sul, da Alemanha, da Espanha, dos Estados Unidos, da Índia, da Noruega, dos Países Baixos e do Reino Unido.
A competição pelo Prêmio SEED 2009 foi particularmente acirrada. Os vencedores foram selecionados por um júri internacional de especialistas em desenvolvimento sustentável.
A Diretora Geral da UICN, Julia Marton-Lefèvre, que também participou da cerimônia, disse sobre o alto nível da competição: “Essa quarta edição do Prêmio SEED demonstra ostentadamente que havia um vasto número de idéias inovadoras e efetivas de todo o mundo sobre como implementar o desenvolvimento sustentável. Esses vencedores do SEED são selecionados entre mais de 1100 candidatos de quase 100 países, representando os esforços colaboradores de aproximadamente 5 mil organizações do setor privado, ONGs, grupos femininos, entidades trabalhistas, autoridades públicas, agências internacionais e acadêmicos. Nossa esperança é que com o apoio da SEED eles possam crescer e inspirar iniciativas similares em outros lugares”.
Além desse Prêmio anual, a Iniciativa SEED, disponível em www.seedinit.org, trabalha para aprender com as experiências de negócios recém-iniciados, a fim de gerar ferramentas e guias de ajuda para todos os empreendedores que estiverem objetivando prover benefícios sociais e ambientais. A última ferramenta, um portal de internet desenvolvido pela SEED em parceria com o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável e a Comissão de Cooperação Ambiental, foi lançada na recepção. Associado à popular enciclopédia Wikipédia, em www.entrepreneurstoolkit.org, essa ferramenta foi criada de modo que empreendedores sociais e ambientais de todo o mundo possam escrever sobre suas experiências de estabelecimento e gerenciamento de negócios.
Os Vencedores do Prêmio SEED de 2009:
- África do Sul, Namíbia e Botsuana: “Protocolos bioculturais – Perspectivas comunitárias de acesso e partilha de benefícios”. Organizações da sociedade civil mobilizaram esforços para desenvolver protocolos bioculturais com diferentes comunidades autóctones para ajudar a prover um modelo em que elas possam partilhar os benefícios, caso os recursos locais e a expertise forem desenvolvidos com propósitos de orientação para o mercado.
- Bangladesh: “Conversão solar das tradicionais lâmpadas de querosene”. Uma ONG nacional do país em parceria com uma ONG local e com uma cooperativa desenvolveram um aparelho inovador chamado “SuryaHurricane”, uma lanterna solar de baixo custo feita de partes recicladas das convencionais e populares lanternas de querosene.
- Bangladesh: “Gerando economia local pela regeneração de recursos locais”. A cooperação entre uma ONG nacional, um instituto de pesquisa e uma pequena empresa objetiva evitar a perda de biodiversidade e a degradação de terras agricultáveis, reciclando resíduos de rizicultura para a produção de cimento que será utilizado na produção de materiais de construção de baixo custo.
- Brasil: “Programa de um milhão de cisternas (P1MC)”. ONGs locais e associações comunitárias juntaram forças com o governo federal e com agências internacionais para desenvolver e construir um milhão de cisternas para coletar e armazenar as águas pluviais na região semi-árida, trazendo acesso à água potável para famílias rurais pobres.
- Brasil: “Uso sustentável de sementes da Amazônia”. Desenvolvimento regional na Amazônia brasileira é o objetivo dos parceiros, que encorajam a organização de cooperativas nas comunidades locais, transferindo-lhes tecnologias e treinando-as para produzir óleos a partir de sementes da Amazônia, o que lhes resulta em aumento de renda.
- Brasil: “Projeto Piaba do Rio Negro”. Uma ONG nacional, uma cooperativa de pequenos produtores e autoridades públicas estão trabalhando em conjunto para construir um nicho de mercado de peixes ornamentais e para introduzir um sistema de comércio justo por meio da pesca socioambientalmente responsável.
- Burkina Faso: “Quiosques de energia Nafore & Afrisolar”. Uma pequena empresa e algumas ONGs internacionais estão cooperando para prover suprimento de energia sustentável a comunidades pobres, por meio da expansão do uso de “Nafore”, um carregador de telefone com células fotovoltaicas, 100% carregável com energia solar.
- Colômbia: “Oro Verde® - Facilitando o acesso ao mercado para mineradores”. Uma ONG nacional e associações comunitárias locais estão engajadas em uma iniciativa para reverter a degradação ambiental e a exclusão social produzida pela mineração mecanizada ilegal e descontrolada. Um processo de certificação de minas e um programa de capacitação de mineradores foram criados, sendo que mais de 1000 minas já estão seguindo critérios sociais e ambientais.
- Colômbia: “Camarões Sustentáveis do Golfo de Morrosquillo”. Os parceiros desse projeto são uma organização comunitária, uma ONG local e uma empresa local que objetivam estabelecer uma cooperativa formada por famílias de tradicionais pescadores no golfo de Morrosquillo, pescando camarões sem gerar emissões de gases do efeito estufa.
- Ilhas Cook: “Ostreicultura inovadora em terra”. Um empreendimento local em parceria com uma ONG nacional está cultivando ostras sob condições controladas de maneira ambientalmente responsável e totalmente sustentável. A piscicultura alivia a pesca de subsistência que equivale a pesca predatória nas lagoas da região, bem como configura uma nova segurança alimentar e uma geração de rendas para as comunidades envolvidas.
- Quênia: “MakaaZingira” produz carvão certificado pelo FCS (Forest Stewardship Council) para a conservação e a criação de meios de vida. Uma ONG nacional, uma organização comunitária e uma rede de pequenas empresas objetivam estabelecer um modelo sustentável de eco-carvoaria, ajudando pequenos proprietários de terra a substituir práticas insustentáveis e a gerar benefícios sociais.
- Quênia: “Recuperação de plásticos integrados e projeto de reciclagem”. Um projeto realizado por uma grande e uma pequena empresa, em parceria com uma ONG nacional, objetiva viabilizar a reciclagem transformadora de resíduos polietilenos em cabos plásticos, melhorando e fortalecendo os meios de vida para mulheres e jovens pobres e marginalizados.
- Quênia, Malauí, Tanzânia e Zâmbia: “Dinheiro Ensolarado – Micro-franquias solares”. ONGs internacionais e organizações comunitárias no Quênia, no Malauí, na Tanzânia e na Zâmbia criaram uma micro-franquia chamada Dinheiro Ensolarado, que recruta, treina e apóia uma crescente rede de empreendedores solares na África Oriental, especialmente pessoas com surdez ou outras deficiências, ajudando-as a construir e a vender peças e aparelhos solares capazes de ligar luzes, rádios e telefones celulares.
- Moçambique: “Iniciativa de Energia Limpa”. Esse projeto objetiva prover eletrificação rural com energia sustentável, gerando empregos locais e promovendo habilidades empreendedoras, oferecendo capacitação técnica na montagem, na instalação e na manutenção de micro-turbinas eólicas. Os parceiros desse projeto são pequenos empresários locais e uma instituição acadêmica.
- Níger: “Almodo”. Uma parceria entre pequenas empresas e uma instituição de pesquisa está desenvolvendo um sistema sustentável e de auto-financiamento para gestão de resíduos sólidos, que contribui para melhorar as condições de vida da população mais pobre, em colaboração com um grupo de mulheres que coleta resíduos sólidos em áreas urbanas pobres das três maiores cidades do Níger.
- Panamá: “Capacitação para o Plantio”. Uma iniciativa que envolve pequenas empresas em parceria com uma organização comunitária e uma agência internacional está arrecadando capitais privados para aumentar a conservação e prover oportunidades de meios de vida sustentáveis para a população local e, ao mesmo tempo, melhorando a conservação de recursos naturais em biomas frágeis.
- Sri Lanka: “Energia Solar, Educação & Pesca”. ONGs nacionais e internacionais, com a cooperação de autoridades públicas, estão trabalhando para expandir o uso de um sistema alternativo de iluminação rural em vilas, por meio da substituição de lâmpadas de querosene por painéis solares.
- Tanzânia: “KOLCAFE – Aumento da lucratividade de pequenos cafeicultores”. Essa iniciativa, envolvendo ONGs nacionais e uma instituição de pesquisa local, objetiva melhorar as finanças dos pequenos cafeicultores e aumentar a produção de café, melhorando práticas agronômicas e agregando valor pela construção de infraestrutura de processamento de produtos e vendendo-os diretamente aos mercados exportadores.
- Tailândia: “Banco de carbono e desenvolvimento de vila”. Essa inovadora iniciativa de ONGs nacionais e de uma instituição acadêmica objetiva encorajar, apoiar e melhorar a engenharia florestal das comunidades autóctones pelo comércio de créditos de carbono, a fim de promover uma adaptação exitosa às mudanças climáticas, pelo desenvolvimento socioeconômico de comunidades locais e pela conservação da biodiversidade.
- Zimbábue: “Ponte para o Mundo”. Uma pequena empresa, uma instituição de pesquisa e uma associação de pequenas proprietárias de terra estão enfrentando o desafio de melhorar os meios de vida rurais e de reverter a severa degradação da terra, por meio de um inovador cultivo orgânico de óleos essenciais, feitos a partir de um arbusto local, o Tarchonanthus camphoratus.
O Júri do Prêmio SEED 2009:
Os vencedores do Prêmio SEED 2009 foram selecionados por um júri internacional independente que dedicou tempo considerável para escolher as mais promissoras candidaturas. Os membros do júri são:
- Leila Akahloun: Integradora para Programas na África, Ashoka
- Nicole Haeusler: Diretor Administrativo da Mas Contour – Consultoria de Turismo & Planejamento Regional
- Paul Laird: Administrador de Parcerias Corporativas, Earthwatch, Reino Unido
- Juan Mayr Maldonado: ex-Ministro do Meio Ambiente, Colômbia
- Brian Milder: Diretor de Estratégia e Inovação, Root Capital
- Jennifer Morris: Vice-Presidente da Verde Ventures, Conservation International
- Kofi Nketsia-Tabiri: Diretor Regional, E + Co África
- Sarah Timpson: Assessora Sênior para Iniciativas Comunitárias, PNUD
- George Varughese: Presidente do Grupo de Alternativas para o Desenvolvimento, Índia
Para maiores informações, favor contatar:
Helen Marquard, Diretora Executiva, Secretariado da Iniciativa SEED: +44 7785 706 646 Email: helen.marquard@seedinit.org
Nick Nuttall, PNUMA no celular +254 733632755 ou no email nick.nuttall@unep.org
Reportagem original em inglês disponível no site do PNUMA, acessível em: http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?DocumentID=585&ArticleID=6164&l=en
A tradução livre de Oreste Pedro Maia Andrade Junior, do Comitê Brasileiro do PNUMA no telefone +55 21 2262-7546 ou no email oreste@brasilpnuma.org.br
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