quinta-feira, 24 de junho de 2010
 

Estante - 113


AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS.Água: fatos e tendências. 2. ed. Brasília: ANA, 2009.

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Caderno de atividades 2009: Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Alerj, maio 2010.

AMBIENTE URBANO. São Paulo: Instituto Triângulo. ano 5, n.43 mar. 2010.

AMBIENTE URBANO. São Paulo: Instituto Triângulo. ano 5, n.44 abr. 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Inovação e tecnologia: a importância das normas técnicas para as MPE. São Paulo: ABNT, 2010.

BIODIESEL BR. BASF anuncia a construção da fábrica de metilato de sódio no Brasil. Curitiba: Grupo Biodiesel BR, ano 3, n.16, abr./maio 2010.

BOLETIM ABNT. A força da normalização nacional. São Paulo: ABNT, v.8, n.91, mar. 2010.

BOLETIM ABNT. Normas técnicas, maior competitividade para o setor têxtil. São Paulo: ABNT, v.8, n.92, abr. 2010.

BOLETIM ABNT. ABNT amplia serviços de certificação. São Paulo: ABNT, v.8, n.93, maio 2010.

DEHU, Camille Brigitte Marthe. Sistemas agroflorestais no Seminário Brasileiro Plantar Água e Vida no Sertão. 2010. 176f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão Ambiental) – Escola Politécnica da UFRJ, Instituto Brasil Pnuma, Rio de Janeiro. 2010.

ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. Rio de Janeiro: Abes, v.15, n.1, jan./mar. 2010.

FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Guia de mobilidade sustentável: uma cidade melhor para uma vida melhor.
Rio de Janeiro: Fetranspor, 2010. 67p.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS.Indicadores de Juruti: para onde caminha o desenvolvimento do município. Juruti: FGV, 2009, 155p.

INMETRO INFORMAÇÃO. Rio de Janeiro: Inmetro, v. 29, n.2, fev. 2010.

INMETRO INFORMAÇÃO. Rio de Janeiro: Inmetro, v. 29, n.3, mar. 2010.

LINS, Clarissa. Sustentabilidade corporativa no setor sucroalcooleiro brasileiro. Brasília: Sesi/DN, 2009. 72p.

MONZONI, Mário (Org.). Juruti sustentável: uma proposta de modelo para o desenvolvimento sustentável. Juruti: FGV, 2006.

MOREIRA, Marcílio Marques. Cadernos da Associação Comercial do Rio de Janeiro: ética e economia. Rio de Janeiro: ACRJ, 2010.

PAULO FILHO, Rubem Vinicius Gomes. A percepção de risco, seus determinantes socioeconômicos e suas consequências para o meio ambiente e para a saúde pública. 36f. Monografia (Pós-Graduação em Gestão Ambiental) – Escola Politécnica da UFRJ, Instituto Brasil Pnuma, Rio de Janeiro.

RAMOS, Elizabeth A. A missão de Sofia no Planeta Terra. Rio de Janeiro: E. A. Ramos, 2010. 57p.

REVISTA VIVERDE NATUREZA. São Pauolo: Revista Viverde, ano 4, n.15, abr./maio, 2010

SANTOS, Venétia. et al. Confiabilidade humana e projeto ergonômico de centros de controle de processos de alto risco. Rio de Janeiro: Synergia, 2009. 296p.

SÚMULA AMBIENTAL. Rio de Janeiro: Sistema Firjan, ano 14 n.156, fev. 2010.

TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. Auditoria operacional em áreas de proteção ambiental. Rio de Janeiro: TCMRJ, 2010. 52p.

Marcadores:




 

A Riqueza Ecológica das Nações


Participei na semana de 7 a 11 de junho passado de um congresso, o Footprint Forum 2010, realizado pela ONG Global Footprint Network, com o apoio da Universidade de Siena, Itália. A reunião, com mais de 100 participantes de várias partes do mundo, foi realizada na cidade de Colle di Val d’Elsa, localizada entre Florença e Siena.

Na conferência de abertura, “Credores Ecológicos, e Devedores Ecológicos: As novas regras do jogo” (Ecological Creditors, Ecological Debtors: The New Rules of the Game), Mathis Wackernagel, presidente do Global Footprint Network, afirmou que 80% da população mundial vive em países cujos habitantes usam mais serviços ambientais do que os ecossistemas daqueles países podem prover (alimentos, energia etc.). Esses países, que chamamos de Devedores Ambientais (Ecological Debitors), dependem da capacidade biológica de um limitado e decrescente número de países cuja biocapacidade (capacidade de produzir recursos e absorver CO2) excede sua demanda total de consumo, que são os Credores Ambientais (Ecological Creditors). Como a pressão sobre os recursos naturais continua a crescer, pode-se prever que os países que continuarem como Credores Ambientais, mantendo seus recursos naturais, terão benefícios estratégicos importantes num futuro próximo. Esses países precisam discutir e decidir quais seriam as melhores formas de gerenciar riscos e manter seu capital natural.

Durante a reunião, o Global Footprint Network distribuiu uma de suas novas publicações, lançada em abril de 2010, intitulada A Riqueza Ecológica das Nações – A biocapacidade da Terra como um novo arcabouço para cooperação internacional (The Ecological Wealth of Nations – Earth’s biocapacity as a new framework for international cooperation). Esse documento apresenta a pegada ecológica de dezenas de países e suas respectivas biocapacidades, assim como as pegadas ecológicas e as biocapacidades per capita desses países.

Entre os vários excelentes painéis apresentados, menciono o que abordou o tema “Repensando o Crescimento”, com a participação do Dr. Peter Victor, professor de Estudos Ambientais da York University, no Reino Unido, e autor do livro Managing Without Growth, e de Tim Jenkins, membro da Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Reino Unido. Em resumo, o mundo já ultrapassou os limites da sua capacidade de suporte e muitos países, desenvolvidos e em desenvolvimento, apresentam uma pegada ecológica superior à sua biocapacidade produtiva, isto é, consomem mais do que podem produzir (Ecological Debitors).

Apenas 20% dos países do nosso planeta, entre eles o Brasil, ainda têm biocapacidade superior à sua pegada ecológica (Ecological Creditors). Mas, nas condições políticas do mundo atual, a estabilidade econômica e a paz social dependem da expansão econômica. O dilema é que a expansão econômica nos conduz cada vez mais para impossibilidades ambientais (numa terra de recursos finitos), e a falta de expansão nos leva ao caos econômico e social.Várias perguntas nos afligem atualmente. É possível conseguir estabilidade e coesão social num tempo de retração econômica? Para que tipos de desafios a humanidade deve se preparar para estar pronta a enfrentar períodos de não crescimento? Como poderemos passar de uma economia que objetiva maximizar a produção para uma sociedade mais equitativa que maximize o bem-estar e invista no capital natural ao invés de destruí-lo? Quais deveriam ser os princípios operacionais de uma economia desse tipo?

Numa das sessões mais concorridas do congresso, o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business Council for Sustainable Development – WBCSD) apresentou seu estudo, lançado em fevereiro passado: Visão 2050 – A Nova Agenda para os Negócios (Vision 2050 – The New Agenda for Business). Esse relatório foi produzido por 29 empresas do WBCSD, e discutido em 20 países com centenas de empresas e especialistas. O relatório discute as condições e ações necessárias para que em 2050 o mundo esteja caminhando para atingir a sustentabilidade.

Entre as perguntas que o relatório tenta responder para atingir esse objetivo, estão:

1) Como será um mundo sustentável?

2) Como atingir a sustentabilidade?

3) O que empresas podem fazer para atingir mais rápido a sustentabilidade?

Para atingir a sustentabilidade, precisaremos adotar mudanças fundamentais nas estruturas de governança, na economia, nos negócios e no comportamento humano. Essas mudanças são necessárias, factíveis e oferecem grandes oportunidades de negócios para empresas que adotem a sustentabilidade como estratégia. Mas as mudanças não serão de responsabilidade apenas das empresas. O nosso futuro depende, como nunca antes na história, do que empresas, governos e cidadãos fizerem agora, de forma coordenada e integrada.

Em virtude das tendências das mudanças climáticas, do aumento da população global, da urbanização e das melhores ações das empresas, governos e sociedade, Visão 2050 reflete o melhor resultado possível para a população humana e para o planeta onde viveremos nas próximas quatro décadas. O objetivo final é que, em 2050, os 9 bilhões de habitantes que teremos na Terra vivam todos bem – com alimentos suficientes, moradia, água potável, saneamento, transporte, educação e saúde –, mas dentro dos limites do que este pequeno e frágil planeta pode oferecer e renovar a cada dia.

Vision 2050 enfatiza que “business as usual” não vai atingir a sustentabilidade nem assegurar prosperidade econômica e social. A sustentabilidade vai exigir mudanças radicais, começando agora, e as empresas devem fazer o que fazem melhor: inovar, adaptar, colaborar e executar. Uma das certezas que temos hoje é que em 2050 a vida será muito diferente para a humanidade. Nesse caminho para atingir sustentabilidade, a mudança de comportamento e a inovação social serão tão importantes quanto inovações tecnológicas. As questões relacionadas à água, alimentos e energia devem ser consideradas de forma holística e integrada.

Entre as ações necessárias para atingir os objetivos do Vision 2050, estão:

1) Atender as necessidades de desenvolvimento de bilhões de pessoas, possibilitando educação e realização econômica, desenvolvendo soluções, estilos de vida e comportamentos radicalmente mais ecoeficientes.

2) Incorporar o custo das externalidades, começando com carbono, serviços prestados pelos ecossistemas e água.

3) Dobrar a produção agrícola sem aumentar a quantidade de terra ou de água usados.

4) Cessar os desmatamentos e aumentar o rendimento das florestas plantadas.

5) Reduzir à metade, até 2050, as emissões de carbono no mundo inteiro (base: nível de emissões de 2005), com as emissões de gases-estufa atingindo seu máximo até 2020, através da mudança para sistemas de energia com baixo carbono.

6) Prover acesso universal ao transporte com baixo carbono.

7) Atingir uma melhoria de eficiência de quatro a dez vezes no uso de recursos e materiais.

A análise dessas ações necessárias nos dá uma indicação de quão árduo e espinhoso será o caminho para a sustentabilidade. Se continuarmos com “business as usual”, em 2050 a humanidade estará consumindo os recursos naturais de 2,3 planetas para atender a suas necessidades. O Vision 2050 afirma que as empresas devem liderar essa mudança, ao invés de apenas segui-la. OWBCSDacredita que o mundo já tem conhecimento, ciência, tecnologias, habilidades e recursos financeiros necessários para alcançar os objetivos do Vision 2050. As fundações para grande parte do que será necessário fazer deverão ser construídas na próxima década.

Haroldo Mattos de Lemos é presidente do Instituto Brasil Pnuma

Marcadores: