segunda-feira, 31 de agosto de 2009
 

As maiores empresas do mundo necessitam duplicar o ritmo das reduções das emissões de CO2 para evitar as graves consequências das mudanças climáticas


A maioria das empresas fixaram seus objetivos de redução somente até 2012, o que indica uma necessidade de liderança por parte dos governos.

26/09/09 - Em relação aos atuais objetivos de redução, as maiores empresas do mundo estão na trilha de alcançar os níveis cientificamente recomendados de emissões para o ano de 2089: 39 anos (desde 2050) é muito tarde se os países desejam evitar as consequências das mudanças climáticas, segundo revela o relatório de investigação “The Carbon Chasm”.

Esse relatório mostra que as empresas do Global 100 estão atualmente conseguindo uma redução de 1,9% de CO2 por ano, o qual se encontra por baixo de 3,9% necessários para reduzir as emissões das economias desenvolvidas em cerca de 80% para 2050. De acordo com o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), as economias desenvolvidas devem reduzir as emissões entre uns 80 e 95% para o ano de 2050, com o objetivo de evitar os perigos das mudanças climáticas.

No relatório publicado pela “The Carbon Chasm”, que realizou o Carbon Disclosure Project (CDP), as informações se baseiam em dados do CDP de 2008, e analisa como as 100 maiores empresas do mundo estabelecem atualmente os objetivos de redução das emissões de CO2 e de que maneira estas são suficientes ou não para combater a longo prazo as mudanças climáticas. Dos objetivos de redução estabelecidos com data limite, a maioria (84%) está fixado para o ano de 2012, inclusive coincide com o último ano do Protocolo de Kyoto e sugere que as empresas esperem as conclusões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em Copenhague (COP-15) em dezembro, antes de estabelecer novas metas de redução a prazos maiores. O diretor executivo de sustentabilidade da BT, Chris Tuppen, declarou: “A maioria das grandes empresas hoje em dia medem suas emissões de carbono e muitas delas estabelecem objetivos de redução. Porém, esses objetivos estão realmente em concordância com os requerimentos para prevenir os perigos das mudanças climáticas? A pesquisa põe em destaque a existência de uma brecha entre o que é necessário para o setor empresarial e o que se promete atualmente. Necessitamos encontrar a forma de terminar com o abismo do carbono no mundo dos negócios”.

Paul Dickinson, membro conselheiro da CDP, a organização independente sem fins lucrativos que tem desenvolvido a mais ampla base de dados com informações empresariais relativa as mudanças climáticas à nível mundial, disse: “Enquanto os 73% das empresas do Global 100 estabeleceram algum tipo de objetivos de redução, a maioria necessita ir mais além e ser mais agressiva se pretendem alcançar a longo prazo as reduções requeridas. Vivemos um momento de grandes oportunidades para que as empresas possam aproveitar sua vantagem competitiva mediante a redução de seu impacto nas mudanças climáticas e se beneficiarem com as reduções de custos associadas a essa reduçao, assim como de inovar na criação de novos produtos e serviços baixos em carbono”. As empresas mencionam suas motivações para estabelecer objetivos de redução de emissões, incluindo a identificação de ineficiências nas operações empresariais para diminuir custos e estimular a inovação; a minimização de riscos associados aos Gases de Efeito Estufa (GEI), antecipando uma regulação mais estrita no futuro; e por último, o posicionamento que permiti adquirir uma vantagem competitiva frente aos competidores. Como as motivações são impulsionadas pelas forças do mercado mais d que pelas recomendações científicas, os objetivos do Global 100 não se ajustam as reduções requiridas.

O relatório relata algumas recomendações para fechar o abismo atual entre os objetivos estabelecidos e objetivos necessários:

. Cada empresa deveria estabelecer um objetivo de redução de emissões de CO2 equivalente;

. Os objetivos devem ter um ano base e um horizonte temporal fixado para seus cumprimento;

. Os governos devem acordar objetivos a médio e longo prazo em Copenhague para proporcionar um marco de referência para que as empresas possam fixar sua metas;

. Os objetivos da empresa deveriam refletir as recomendações científicas do IPCC: enquanto os objetivos de redução das emissões absolutas são os recomendados, também são aceitáveis os objetivos de redução de intensidade de emissões se estes forem suficientemente ambiciosos.

A pesquisa também revela a existência de um amplo número e objetivos, que apresentam dificuldades ao medir sua eficácia e querer estabelecer comparações. É necessária uma maior harmonização ao se fixar os objetivos alinhados com as recomendações científicas; se os objetivos são consistentes, isso ajudará a revelar aos mais adiantados e aos mais atrasados na tarefa de reduzir as emissões e assegurar que tanto no curto, médio e longo prazo se buscarão as maiores exigências que permitirão fechar o abismo do carbono.

Fonte: http://www.ecoportal.net/content/view/full/88124

*Tradução livre feita por Flavia Speiski dos Santos, estagiária do Instituto Brasil PNUMA, a partir de artigo retirado do site do Escritório Central do PNUMA para a América Latina.

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